Nesta quinta-feira, 21 de março, é o Dia Internacional e Nacional da Síndrome de Down, uma data de conscientização global para celebrar a vida das pessoas com a síndrome e para garantir que elas tenham as mesmas liberdades e oportunidades que todas as pessoas.
A data é oficialmente reconhecida pelas Nações Unidas desde 2012 e representa a triplicação (trissomia) do 21º cromossomo que causa a síndrome. Em 2022 será a primeira vez que a data será celebrada, oficialmente, no calendário brasileiro.
A advogada Leticia Lefevre, especialista em Inclusão e Direitos da Pessoa com Deficiência e Direito Empresarial e membro efetivo da Comissão Especial da Pessoa com Deficiência da OAB/SP repercute a importância da data e comenta alguns dos direitos dessas pessoas e como eles podem ser garantidos.
Confira a entrevista para o Diário PcD:
- Como os direitos de pessoas com Down podem ser assegurados? Os direitos das pessoas com síndrome de Down são garantidos por diversas leis no Brasil. Direitos à educação inclusiva, acessibilidade, atendimento prioritário, direito à saúde, a fazer parte do mercado de trabalho.
2. Como funciona o processo de inclusão dessas crianças?
O processo de inclusão de crianças com síndrome de Down, mesmo com seus direitos garantidos por lei, vem progredindo lentamente, mais devagar do que gostaríamos, mas saber que há leis para garantir esses direitos já é um grande passo para essas família. Hoje em dia, para que a inclusão de crianças e adolescentes com síndrome de Down aconteça de forma correta há a necessidade principalmente, de que as barreiras sejam rompidas, principalmente em relação a desconstrução do paradigma de que pessoas com síndrome de Down são incapazes. Muitas crianças e jovens já estão mostrando isso na sociedade e estão conquistando seus espaços. Com os apoios necessários e barreiras rompidas, eles podem ser incluídos na sociedade de forma correta e ser o que desejarem.
3. A sociedade como um todo está preparada para colher e desenvolver essas pessoas?
A sociedade infelizmente precisa ter seus vieses de capacitismo desconstruído para acolher e colaborar com o desenvolvimento das pessoas com síndrome de Down. Mas acredito que as coisas tendem a melhorar. Jovens e adultos estão conseguindo obter sucesso em suas carreiras, há músicos, modelos, vereadores, etc. Eles estão mostrando às famílias de crianças com síndrome de Down oportunidades que seus filhos podem ter no futuro.
4. No caso das crianças, como a escola e o convívio com outras crianças pode ajudar no desenvolvimento?
O dia que as escolas descobrirem que a inclusão é a oportunidade de toda as pessoas aprenderem juntas, as escolas serão de verdade inclusivas. E o dia que pais de crianças sem deficiência entenderem a grande oportunidade de seus filhos conviverem com crianças com deficiência o mundo será um lugar mais humano e melhor de se viver. Meu filho aprende com o seu e o seu com o meu.
5. Quais foram os avanços que foram conquistados?
Muitos jovens e adultos estão conquistando seu lugar no mercado de trabalho. As vagas ofertadas para esses jovens ainda são pequenas, mas já vêm acontecendo. Hoje a representatividade de jovens com síndrome de Down, nos mais diversos lugares, vem acontecendo. Eles estão se tornando protagonistas de suas próprias histórias. Estão casando, empreendendo seus próprios negócios, morando sozinhos, administrando suas vidas, viajando sozinhos, estrelando novelas, mostrando que são capazes e, melhor de tudo, decidindo sobre o seu próprio futuro.
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