- * Por Marta Almeida Gil
Cada pessoa tem sua própria concepção sobre o que é Inclusão e, por extensão, o que é Educação Inclusiva. Há até quem diga que não há inclusão de verdade… seja lá o que isso quer dizer. Nem sequer dizem como concretizar este ideal.
Por sua vez, estudiosos e especialistas desenvolveram suas próprias definições, respaldadas por leis e documentos internacionais.
Por outro lado ainda, há vários anos municípios, associações e entidades, com respaldo de Universidades e/ou consultores corajosamente põem a mão na massa e com apoio das famílias, órgãos públicos e outros parceiros vão ousadamente abrindo caminhos, seguindo o conselho do poeta espanhol Antonio Machado:
“Caminhante, não há caminho. Se faz caminho ao andar”.
Após anos de atuação, leituras e reflexões estimuladas por ricas trocas de informação, sintetizo minhas conclusões – até o presente momento – sobre este complexo, desafiador e apaixonante processo.
A Educação Inclusiva, a meu ver:
- É uma área do conhecimento e, como tal, está em crescente expansão;
- Dialoga com praticamente todos os campos do saber humano;
- Estimula e propicia o desenvolvimento de metodologias, estratégias, tecnologias e recursos os mais variados;
- É um Direito, com princípios e valores estabelecidos desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948);
- Está fundamentada no ordenamento jurídico brasileiro;
- Seus resultados quantitativos são aferidos em pesquisas;
- Seus resultados intangíveis são identificados na convivência, no desenvolvimento do potencial e da autoestima das Pessoas com Deficiência;
- A interseccionalidade também está contida nela, valorizando as respectivas especificidades;
- Contribui significativamente para o Desenvolvimento Socioeconômico;
- É disruptiva: convida-nos a sair do nosso lugar de conforto, a rever conceitos, preconceitos, visões de mundo;
- É transformadora: tem o poder de reencantar e ressignificar pessoas e relações sociais.
Tenho um convite: vamos construindo ações inclusivas nas salas de aula, em escolas públicas e particulares, com os elementos e recursos disponíveis, pesquisando informações e ouvindo os próprios alunos, familiares e professores?
Afinal, a Inclusão é um processo, que nasce inicialmente dentro de nós e vai sendo construído a muitas mãos, mentes e corações.
A Inclusão se faz no gerúndio, numa ciranda que cresce cada vez mais.
Vamos juntos?
(*) Marta Almeida Gil
Coordenadora Executiva do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas (www.amankay.org.br); consultora de Inclusão de Pessoas com Deficiência, com ênfase em Educação e Trabalho; empreendedora social reconhecida pela Ashoka Empreendedores Sociais.
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