- * Por Gislana Monte Vale
Esse talvez,
Seja o Novembro,
Mais calado de nossas vidas,
Penso em Lélia Gonzalez,,,
Que nos ensinou,
A falar pretuguês,
Penso em Beatriz Nascimento,
Que ensinou a cada uma de nós,
O valor de nossas histórias pretas,
Penso em Conceição Evaristo,
Que valentemente escreveu livros,
Para acordar a casa grande,
Penso em Sueli Carneiro,
Que nos disse feministas,
Com nossas vidas negras,
Penso em Mariele Franco,
Que enfrentou o patriarcado,
Quebrou regras e morreu por nós,
No entanto,
Nosso silêncio,
Fala de outra preta,
Sônia Maria de Jesus,
Menina, mulher, def,,
Mantida na senzala moderna,
Longe do pretuguês,
Longe da nossa história,
Longe da família,
Longe da Libras,
Longe dos direitos,
Longe das escolhas,
Longe da própria vida,
Longe dos afetos, amizades, amores,
Mulher negra, surda, encarcerada,
Esse novembro para nós ,
Mulheres negras Def,
Tem o gosto salgado,
Dasl ágrimas de dor,
Nas nossas mãos,
Tem o peso do chicote,
Nas nossas costas nuas,
Tem o sabor amargo,
Do leite que não alimentou,
Nossas filhas pretas,
Mas nesse país racista, capacitista, sexista,
Misógino, transfóbico,
Ousamos perguntar:
“Quem Celebra nosso Corpo Negro Def?”
No silêncio dos Direitos negados,
Sônia Maria de Jesus: Presente!
RJ, Novembro 2023
- * Gislana Monte Vale é Mulher negra, cega, escritora, poeta, Ativista pelos Direitos Humanos, Doutoranda em Psicologia – UFF, Mestre em Avaliação de Políticas Públicas – UFC, Consultora em Políticas Públicas e Acessibilidade Cultural