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Brasil chega à 1.500 medalha na história em dia de conquista da 8ª vaga para Paris 2024

Brasil chega à 1.500 medalha na história em dia de conquista da 8ª vaga para Paris 2024

O Brasil começou o quinto dia de Jogos Parapan-Americanos de Santiago nesta quarta-feira, 22, atingindo a marca de 1.500 medalhas conquistadas na história da competição e garantindo mais uma vaga para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024.

O pódio 1.500 do país no evento continental foi alcançado pela nadadora paraense Lucilene Sousa, bronze nos 50m livre da classe S12 (baixa visão). Já a classificação para o megaevento na capital francesa foi obtida pelo cearense Eugênio Franco, atleta mais velho da delegação brasileira, no tiro com arco composto da classe WH1 (atletas com deficiências graves em três ou quatro membros).

Para esta edição, a delegação brasileira conta com 324 atletas, 190 homens e 134 mulheres, oriundos de 23 estados e do DF, em 17 modalidades. Desses competidores, 51 têm até 23 anos108 são cadeirantes132 são estreantes no evento continental, 72 treinam nos Centros de Referência do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e 11 disputaram o Parapan de Jovens, em Bogotá, Colômbia, no último mês de junho. 

O arqueiro conquistou a medalha de ouro após vencer o norte-americano Jason Tabansky na decisão de sua prova. O brasileiro registrou uma pontuação total de 135 pontos, contra 123 do adversário.

“Eu estou muito feliz. O resultado deveria ser esse porque temos apoio da Confederação Brasileira e do Comitê Paralímpico Brasileiro, com uma equipe maravilhosa. A expectativa é muito grande para Paris. Quero trazer a primeira medalha do tiro com arco para o Brasil nos Jogos”, disse Eugênio Franco, que fará 64 no dia 15 de dezembro e tem espondilite anquilosante, doença reumática que afeta as articulações.

A 1.500ª medalha saiu com a nadadora paraense Lucilene Sousa na prova dos 50m livre da classe S12 (baixa visão) após ela conquistar o bronze e registrar um tempo de 28s62. O ouro ficou com a pernambucana Carol Santiago, com tempo de 27s18, e a prata foi para a norte-americana Grace Nuhfer, com tempo de 27s90. Nesta manhã, o Brasil chegou a 167 medalhas, com 12 conquistas, sendo sete de ouro, duas de prata e três de bronze.  Foram 10 na natação, uma com tiro no arco e uma na bocha, com o paulista José Carlos Chagas. Ele foi bronze na classe BC1 (opção de auxílio de ajudantes) após vencer o atleta de Bermudas, Omar Hayward, por 4 a 3.

“Fiquei muito feliz, apesar de que eu esperava mais, mas eu saio contente e realizada com a minha medalha individual e agora é treinar mais”, disse Lucilene Sousa, 24, que nasceu com atrofia no nervo ótico, o que resultou em baixa visão. Ela ainda dividiu o pódio com Carol Santiago nos 100m livre. Nessa prova, a pernambucana também foi ouro, com a marca de 1min00s12, seguida pela paraense (1min02s10). O pódio foi completado pela venezuelana Belkis Mota (1min08s00). 

“Essa competição é diferente, ela dá uma simulada no que vai ser nos Jogos Paralímpicos e eu fico muito feliz de entrar, cair na água e estar lutando pelo ouro para o Brasil. Eu acho que hoje a gente tem uma equipe visual que é muito forte, quando a gente vai para um Campeonato Mundial, a gente arrasa, a gente põe medo mesmo nos outros atletas e eu só tenho a agradecer porque é um prazer mesmo fazer parte dessa equipe”, disse Carol Santiago, 38, que nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz o campo de visão.

Laila Suzigan e Esthefany Rodrigues iniciaram a caminhada brasileira rumo à medalha 1.500 no Parapan na manhã desta quarta-feira, 22. Na prova dos 100m peito da classe SB5 (comprometimento físico-motor), a nadadora mineira ficou com a medalha de ouro após registrar um tempo de 1min57s01, batendo o recorde parapan-americano, de 1min59s32, que pertencia à brasileira Paloma Sampaio, conquistado no dia 09 de agosto de 2015, em Toronto, Canadá. A prata foi para Esthefany Rodrigues após um tempo de 2min06s07, e o bronze ficou com a mexicana Vianney Trejo, com 2min06s59.

“Aqui é uma competição bem diferente do Mundial. Lá a gente nada provas mais específicas, geralmente são as nossas principais. Aqui, eu e a Esthefany estamos nadando praticamente todas que dá. É uma competição bem cansativa, extensa, mas é bom porque a gente busca estar em performance por muito tempo. Acho que estamos nadando bem, mesmo no fim de ano, com o cansaço da temporada, e focando em Paris já”, disse Laila Suzigan, 23, que tem paraparesia espástica hereditária desde os seis anos, referindo-se ao Mundial de Manchester, disputado em julho e agosto deste ano, oportunidade em que foi bronze no revezamento misto 4x100m medley  34 pontos – bronze.

Na prova masculina dos 100m peito da classe SB5 (comprometimento físico-motor), o gaúcho Roberto Alcade conquistou a medalha de ouro após registrar um tempo de 1min37s11. A prata ficou com o argentino German Arevalo, com tempo de 1min39s82, e o bronze foi para o colombiano Julián Triana, com 1min45s11. 

“Esse ano foi um ano bem movimentado. Eu estava treinando e, faltando um mês para a Seletiva do Mundial, quebrei a perna no meio do treino. Nadei a Seletiva com o fêmur consolidando ainda e não peguei o índice. Voltei ainda mais forte para o treino, e acho que por tanta vontade de conseguir o índice para o Parapan e fazer as coisas acontecerem eu acabei machucando o ombro. Ali eu aprendi que quanto mais a gente quer alguma coisa, é fazer com calma, fazer direitinho, aí fiquei mais um tempo parado, voltei para os treinos e deu tudo certo para o índice”, disse Roberto Alcalde, 31, que nasceu com mielomeningocele, má formação congênita na coluna vertebral.

Nos 100m costas da classe S11 (atletas cegos), outra dobradinha brasileira. O brasiliense Wendell Belarmino ficou com a medalha de ouro após registrar um tempo de 1min13s64. A prata foi para o colombiano Leider Lemus, com 1min16s91, e o bronze para o carioca José Perdigão, com tempo de 1min18s47.

“Das provas individuais que eu nadei, eu treino só para duas, que é o 50m livre e os 100m borboleta, que foram as duas primeiras, então eu estou muito feliz com esse recorde parapan-americano, recorde brasileiro também, mais uma medalha para o Brasil acima de tudo. É uma satisfação imensa ver que o trabalho em Minas está dando certo, então só tenho a agradecer ao Praia Clube principalmente, que me abriu as portas, sem eles isso aqui que está acontecendo não seria possível”, disse Wendell Belarmino, 25, que tem glaucoma congênito.

Pela prova dos 50m livre da classe S2 (comprometimento físico-motor), Gabriel Araújo ficou com o ouro após um tempo de 52s09. A prata foi para o chileno Alberto Abarza, com tempo de 1min02s33, e o bronze para o mexicano Cristopher Tronco, com 1min05s18.

“Terceira prova, terceiro ouro, terceiro recorde parapan-americano. Estou muito feliz, muito satisfeito. Queria um pouco mais, porque eu sou um cara que me cobro muito, então eu sempre quero mais, mas foi o melhor que tinha para esse momento. Saio bem satisfeito e muito feliz pela minha família estar aqui me apoiando e torcendo. Hoje era a prova que eu mais queria nesse Parapan, era a prova que eu estava mais focado, que eu tinha treinado mais”, disse Gabriel Araújo, 21, que tem focomelia, doença congênita que impede a formação completa de braços e pernas.

Doze atletas brasileiros garantiram suas vagas nas finais desta tarde e noite. Na prova dos 400m livre da classe S9 (comprometimento físico-motor), na primeira bateria, Victor dos Santos terminou em segundo lugar após registrar um tempo de 4min53s03. Pela bateria dois, Andrey Madeira ficou com o primeiro lugar após um tempo de 4min25s93.

Já pela prova dos 50m livre da classe S4 (comprometimento físico-motor), na bateria um, Patrícia Santos terminou em primeiro lugar após um tempo de 42s18 e Susana Schnarndorf ficou em terceiro, com tempo de 56s17. Pela bateria dois, Lídia Cruz terminou em primeiro após registrar um tempo de 40s56 e Edênia Nogueira conquistou sua vaga na final após fazer a oitava melhor marca, terminando na quinta colocação, com 1min28s21.

Pelos 50m livre da classe S8 (comprometimento físico-motor), Cecília Araújo terminou em primeiro lugar após registrar um tempo de 31s81 e Vitória da Silva ficou em segundo, com tempo de 33s91.

Débora Carneiro também conseguiu uma vaga na final da prova dos 200m medley da classe SM14 após terminar a bateria um na primeira posição, com tempo de 2min40s95. Pela bateria dois, Beatriz Carneiro terminou em primeiro, com tempo de 2min39s44, e Ana Karolina Soares em segundo, com 2min43s60.

Pela prova dos 200m medley da classe SM14 (deficiência intelectual), Gabriel Bandeira se garantiu na final após fazer um tempo de 2min20s33. 

As provas de natação continuam neste final de tarde e início de noite em Santiago. Confira a programação completa:

17h10: 400m livre – S9 – masculino
Victor dos Santos e Andrey Ribeiro

17h19: 100m borboleta – S10 – masculino
Phelipe Melo

17h24: 50m livre – S4 – feminino
Susana Schnarndorf, Lídia Cruz, Patrícia Santos e Edênia Nogueira

17h30: 50m livre – S8 – feminino
Vitória da Silva e Cecília Jerônimo

17h59: 50m livre – S6 – feminino
Mayara do Amaral e Laila Suzigan

18h04: 100m livre – S12 – masculino
Matheus Rheine, Douglas Matera e Thomas Matera

18h34: 200m medley – SM14 – feminino
Beatriz Carneiro, Débora Carneiro e Ana Karolina Soares

18h41: 200m medley – SM14 – masculino
Gabriel Bandeira

19h43: 50m livre – S13 – masculino
Douglas Matera e Thomaz Matera

19h47: Revezamento 4x100m medley

Goalball
Pelas quartas de final do goalball masculino, o Brasil venceu a Venezuela por 10 a 0. Na semifinal, os atletas vão enfrentar a Argentina, que venceu o México por 11 a 8 também nesta manhã. O jogo acontece nesta quinta-feira, 23, às 15h.

O Brasil é o atual tricampeão da modalidade na categoria, e já está classificado para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024 por conta do título mundial de 2022.

Na categoria feminina, o Brasil venceu o Peru por 12 x 5. Agora, as atletas enfrentam o Canadá, que venceu o México por 10 a 0. A semifinal acontece nesta quinta-feira, 23, às 16h15.

Vagas para Paris
Além da vaga conquistada pelo arqueiro Eugênio Franco, o Brasil garantiu mais sete classificações para os Jogos Paralímpicos Paris 2024: seis vagas no tênis de mesa e uma no tiro esportivo com o paulista Alexandre Galgani na prova R4 – misto 10m carabina de ar em pé SH2.

CRÉDITO/IMAGEM: O cearense Eugênio Franco comemorando após conquistar a medalha de ouro para o Brasil no tiro com arco composto da classe WH1 nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023 | Foto: Gabriel Egea/CPB

Fonte: Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro

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