OPINIÃO

• * Por Ana Gabriela Piantamar e Odette Castro

Quando falamos sobre inclusão e diversidade no mundo corporativo e na sociedade em geral, estamos falando sobre pessoas, suas características, suas individualidades e sua forma de se colocar no mundo. Uma equipe que conta com pessoas com deficiência, diversidade de gênero, de etnia, de raça e de religião, é uma equipe que preza pela diversidade. A forma como estas pessoas são inseridas nos espaços sociais, políticos, econômicos ou corporativos, traduz a verdadeira inclusão.

Notável que 90% das empresas no Brasil se preocupam com questões inclusivas e diversas, no entanto, quando são avaliadas as ações colocadas em prática, 40% destas empresas não conseguem implementar programas relativos à inclusão e diversidade na sua cultura organizacional. Isso revela que quase metade das empresas falham em reconhecer as diferenças, entendê-las e respeitá-las para que seja possível criar um ambiente igualitário e inclusivo.

Um dos pilares fundamentais da inclusão é a acessibilidade. Isso implica não apenas em garantir que as informações estejam disponíveis em formatos acessíveis, como também em adaptar espaços físicos e virtuais para acomodar diversas necessidades, levando em conta ainda, a integração, o acolhimento, o anticapacitismo. E esse processo deve começar pela linguagem inclusiva.

Dirigentes, gestores e consultores de empresas são multiplicadores importantes para a formação de cidadãos/colaboradores mais conscientes de que uma linguagem sem vícios estruturais é benéfica a todas as pessoas. A linguagem utilizada nas empresas desempenha um papel crucial nesse processo. O uso de termos não discriminatórios, e a promoção de uma linguagem acessível contribuem para criar um ambiente onde todos se sintam representados.

A linguagem inclusiva em ambiente corporativo beneficia os indivíduos que podem enfrentar barreiras na comunicação e enriquece a sociedade como um todo, promovendo a compreensão mútua, o respeito pelas diferenças e a construção de pontes que conectam pessoas de todas as origens.

Ao investir na comunicação inclusiva, estamos investindo no fortalecimento dos laços sociais e na criação de um mundo onde todos têm a oportunidade de serem ouvidos e compreendidos.

A fala preconceituosa está enraizada na nossa sociedade e é imprescindível o cuidado para que este comportamento não reforce conflitos, exclusão e a discriminação. Para tanto, o mais importante é a educação, por meio de mentorias, palestras, leituras antirracistas e anticapacitistas, que com certeza são capazes de revolucionar o ambiente corporativo e aprimorar as relações humanas.

A inclusão nas empresas traz grandes benefícios como o estímulo à criatividade, melhor e mais completa interação com clientes, fortalecimento da cultura organizacional, atração e retenção de talentos, aumento de produtividade, facilitação na resolução de conflitos e muito mais.

A inclusão é o presente e o futuro.

• Ana Gabriela Piantamar é docente da Una Barreiro. Idealizou, com Odette Castro, o Projeto Absoluto que promove a valorização da diversidade e inclusão por meio da linguagem inclusiva, como diferencial competitivo e posicionamento de mercado.