OPINIÃO
- * Luiz Antônio Sá
Sabemos que há um novo caso de demência a cada três segundos no mundo. A Doença de Alzheimer (DA) é a mais importante delas, ocorrendo em mais de 50% de todos os episódios e tendo a velhice como fator mais preponderante.
Deve-se levar em consideração que essa doença não atinge só o paciente, sendo considerada uma “doença familiar”, haja vista a preocupação, a fadiga, o estresse e a diminuição da qualidade de vida dos familiares que se relacionam com o enfermo.
Didaticamente, podemos dizer que existem várias fases de declínio cognitivo até chegar à indesejável demência, são elas:
– Declínio Cognitivo Subjetivo (DCS): a pessoa se acha esquecida, porém mantém suas atividades de vida diária (AVD) normais, podendo estacionar ou evoluir para o Comprometimento Cognitivo Leve (CCL);
– CCL: os esquecimentos tendem a aumentar, porém ainda podem manter suas AVDs, mas com algum prejuízo na cognição. Nesse estágio, os sintomas podem regredir, permanecer ou evoluir para DA em até 40 %;
– DA ou outros tipos de demências: essas já estão estabelecidas em três fases: leve, moderada e grave.
A dificuldade maior é saber que não há um medicamento realmente eficaz ou que possa fazer a reversão dessa doença.
Atualmente, temos apenas tratamentos sintomáticos, feitos com três drogas inibidoras da acetilcolinesterase e a Memantina, que atua como antagonista dos receptores do tipo N-metil-D-aspartato (NMDA), inibindo sua estimulação excessiva pelo neurotransmissor glutamato e usada nas fases moderadas e graves.
A preocupação da classe médica é que o último medicamento aprovado e lançado (Memantina) foi há mais de 20 anos. De lá para cá, nada surgiu ou foi comprovado e aprovado. Todas as tentativas, infelizmente, foram infrutíferas.
Diante dessa ausência de medicações curativas, temos de enfatizar e incentivar, até como medida preventiva e protetiva, o uso do tratamento não farmacológico, que inclui: exercício físico, estimulação cognitiva, não se isolar, boa qualidade do sono, tratamento correto das doenças crônicas (diabetes e hipertensão arterial), hidratação e alimentação adequadas.
- * Luiz Antônio Sá é professor de Clínica Médica, Geriatria e Gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR)
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