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  • dom. nov 24th, 2024

Mulheres com deficiência têm menos oportunidades e remuneração inferior às demais

Mulheres com deficiência têm menos oportunidades e remuneração inferior às demais

Comemorado em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher marca as conquistas das mulheres na luta por direitos e reforça as barreiras que persistem em diferentes contextos sociais, sobretudo no mercado de trabalho. A taxa de desemprego do grupo feminino é 53,3% maior que a dos homens. No último trimestre de 2023, o indicador ficou em 9,2%. Já o dos homens, em 6%.

A jornada profissional é ainda mais desafiadora para mulheres com deficiência. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Domicílios Contínua 2022, realizada pelo IBGE,  aquelas que possuem necessidades especiais correspondem a mais de 62% do montante de pessoas com deficiência fora do mercado de trabalho – total de 12,4 milhões. Conforme o levantamento, a média salarial delas é de R$ 1.533,00, valor 34% menor do que é pago para mulheres sem deficiência.

Para Maria Loffi, diretora da empresa de tecnologia assistiva Treinitec, o capacitismo é uma das barreiras para a inclusão desse grupo no mercado de trabalho: “Mulheres com deficiência são frequentemente estereotipadas como incapazes, dependentes e necessitadas de cuidados especiais. Isso pode levar à exclusão social, falta de oportunidades e violência. Uma mulher com deficiência que procura emprego pode ser discriminada em relação à sua capacidade de realizar as tarefas do cargo, por exemplo”.

Outro entrave, segundo Loffi, é a falta de representatividade desse grupo na mídia, na cultura e na política. A lacuna contribui para a invisibilidade, além de impactar negativamente nas oportunidades de emprego e na participação ativa desses indivíduos na sociedade.

A executiva ressalta como a falta de acessibilidade dificulta a participação dessa parcela da população em atividades profissionais: “Muitas vezes, a infraestrutura e os serviços não são acessíveis para pessoas com deficiência, dificultando o acesso à educação, ao trabalho e ao lazer. Uma mulher que utiliza cadeira de rodas para se locomover, por exemplo, pode ter dificuldade para acessar um local público, inclusive um escritório”.

Como combater o preconceito?

Destacam-se algumas ações que contribuem para o combate ao preconceito. Entre estas, a importância de promover a educação, com esclarecimentos à sociedade sobre a necessidade de integrá-las em todas as situações cotidianas. A diretora acredita que outro aspecto crucial é combater estereótipos negativos associados ao grupo: “Desafiar preconceitos é essencial para criar um ambiente em que a diversidade seja respeitada, superando visões limitadas”. 

Além disso, ela afirma que é fundamental garantir acessibilidade em todos os níveis, abrangendo desde a infraestrutura física até os serviços disponíveis: “Isso requer tornar espaços públicos, meios de transporte e ambiente de trabalho acessíveis a todas as pessoas, independentemente de suas limitações”

Loffi finaliza apontando para a necessidade de criar oportunidades de emprego igualitárias: “Também é necessário incentivar e criar oportunidades equitativas de emprego, aumentar a representação em espaços midiáticos e políticos, de modo a romper com a sub-representação e proporcionar cada vez mais visibilidade para essa pauta”.

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