O processo educativo escolar de uma criança envolve questões que vão muito além do investimento financeiro dos pais, que, claro, buscam uma escola de qualidade para seus filhos. No desenvolvimento acadêmico de uma criança, detalhes fazem toda a diferença – principalmente na primeira infância, fase da formação de uma pessoa na sociedade.
Ensinar uma criança a se comunicar, interagir com amigos, familiares, construir uma base de aprendizado e bem-estar ao longo da sua vida é uma tarefa desafiadora, tanto para os pais quanto para a instituição de ensino. A estrutura e propostas de ensino da escola precisa ir de encontro ao que os pais desejam para seus filhos, levando em conta o perfil da criança, assim, estarão certificados de que fizeram a melhor escolha e que a adaptação do mesmo será tranquila. Por isso, a parceria aluno-escola-pais é tão importante e deve estar embasada em confiança, responsabilidade e respeito mútuos.
Família é tudo!
Dentro de todo esse aspecto de conscientização de trabalho conjunto no desenvolvimento infantil, para a psicóloga, pedagoga e palestrante de inclusão e diversidade, Natalie Schonwald, e de acordo com o seu histórico de vida, a família é o primeiro ambiente de socialização da criança, por isso o papel dos pais é fundamental na constituição do indivíduo em todos os aspectos, pois será seu primeiro local de aprendizado.
No entanto, um olhar diferenciado se faz necessário quando falamos de uma educação inclusiva bem-sucedida. “Quando há uma troca de informações entre escola, família e outros profissionais que atendem a criança em suas diversas necessidades atuando como agentes facilitadores, em que todos conversam sobre como está sendo o desenvolvimento da criança em cada um destes ambientes, essa relação de confiança se estabelece e há trocas constantes de informações. Isso favorece muito a evolução do estudante e, no caso da instituição de ensino, questões trazidas pelos pais ajudam a rever pontos que podem ser melhorados e desenvolvidos em prol do aluno”, explica Natalie Schonwald.
Para respeitar a diversidade, principalmente no desenvolvimento infantil, existem muitas questões para se refletir e aceitar que cada criança tem suas características e precisa ser estimulada na sala de aula.
É preciso, por exemplo, compreender que usar termos como alunos de inclusão ou especiais não é o melhor para se referir a estudantes com deficiência. O que determina a deficiência não é o sujeito, e sim a barreira que possui, afinal, em um ambiente escolar, todos os alunos são especiais!
E estudantes com ou sem deficiência precisam ter as mesmas oportunidades e condições de participar plenamente das atividades escolares e desenvolver integralmente seus potenciais. Por isso a educação inclusiva vai além do acesso à escola. Uma questão muito pontuada é o acolhimento escolar. Cada criança precisa ser respeitada à sua maneira, suas características físicas e intelectuais trabalhadas com atenção, ter suas habilidades incentivadas e, assim, suas dificuldades minimizadas.
“Com certeza são aspectos relevantes no processo das aulas, mas, infelizmente, nem sempre de forma positiva, pois algumas vezes esses alunos são deixados de lado, e ainda existem casos que são colocados fora da sala de aula para a realização de alguma atividade. É fato que cada vez isso tem acontecido menos, mas ainda existe, muitas vezes porque o professor não consegue atuar com a classe e com a criança com deficiência ao mesmo tempo”, enfatiza Natalie.