Oito em cada dez PcDs declaram que empresas têm preconceito para contratá-los
As marcas mostram um olhar mais atento para os PcDs como consumidores, mas nem tanto como força de trabalho. Segundo estudo realizado pelo Grupo Croma, 81% das empresas têm preconceito ao contratar pessoas com deficiência. Quatro em cada dez entrevistados já sofreram preconceito por apresentar alguma deficiência. É possível observar que os entrevistados declaram evolução das marcas para atender as necessidades de PcDs (59%), mas PcDs percebem isso, na prática, menos do que pessoas não PcDs (64%). Há maior preocupação das marcas para garantir acessibilidade em lojas, mas o mercado de trabalho para PcDs continua inexpressivo e é nítido que a maioria das empresas ainda não incorporou a cultura de inclusão.
Dados do Oldiversity® ainda mostram que oito em cada dez respondentes com alguma deficiência afirmam que as empresas têm preconceito em contratar pessoas com deficiência. Segundo dados do ENAP do Governo Federal, mais de 45 milhões de brasileiros, 23,9% da população total, têm algum tipo de deficiência (visual, auditiva, motora e mental ou intelectual).
Para Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma e idealizador do estudo, percebe-se que mesmo com programas de inclusão nas empresas, faltam ainda soluções práticas em diversas frentes para que este número diminua de forma real: “É necessário implantar mais soluções para que profissionais não fiquem à margem de garantias fundamentais previstas por lei. Afinal, trabalhar é um dos direitos básicos do cidadão. As empresas precisam apurar mais as suas diretrizes em função da inclusão autêntica”.
O atual governo tende a contribuir no combate ao preconceito contra o PcD. Políticas sociais nitidamente interferem na expectativa de mudanças e o atual governo parece trazer uma mensagem de otimismo no combate ao preconceito. Segundo dados do estudo, 56% dos respondentes acreditam que vai melhorar ou melhorar muito o combate ao preconceito durante a gestão do governo Lula, enquanto 15% acreditam que irá piorar. Dados de 2022 do Conselho Nacional de Justiça apontam que a taxa de participação de PcDs no mercado de trabalho é de 28,3%, menos da metade do índice registrado entre as pessoas sem deficiência, que é de 66,3%.
Ainda de acordo com a base de dados do estudo, 9% dos entrevistados revelam que acham estranho ser atendido por uma pessoa com deficiência. E a maior demanda de ações é para o público PcD, 57% afirmam que as marcas precisam investir em lojas planejadas para pessoas com deficiência, assim como 53% querem propagandas feitas por PcDs.
“Políticas sociais são sempre bem-vindas. Iniciativas públicas que estimulem o setor privado a cumprir determinadas funções sociais promovem respostas positivas às PcDs. A mentalidade preconceituosa não pode mais ser tolerada. A inclusão é caminho para a dignidade”, finalizou.