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  • sex. maio 17th, 2024

PNAD 2022 revelou uma estimativa de 18,6 milhões de pessoas com deficiência no Brasil

As universidades estão preparadas para os alunos com deficiência? OPINIÃO - Por Érica dos Santos e Claudio Bezerra

OPINIÃO

  • * Por Profª Drª Sueli Yngaunis

A primeira pesquisa que produziu dados específicos sobre pessoas com deficiência, que antes só apareciam nos Censos Demográficos, foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): Pessoas com Deficiência 2022, revelou que 8,9% da população brasileira, de 2 anos ou mais, possuem deficiência, A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD é um sistema de pesquisas domiciliares que tem como objetivo produzir informações básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do Brasil. que foi fruto de um Termo de Execução Descentralizada entre a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (SNDPD/MDHC) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


A pesquisa mostrou que a maior parte desta população,10,3%, está na região Nordeste, seguidos pelas regiões Sul (8,8%), Centro-Oeste (8,6%), Norte (8,4%) e Sudeste (8,2%). As mulheres representam 57,5%.

Essa pesquisa revelou que a parcela dessa população que está inserida nas escolas e no mercado de trabalho ainda é muito pequena, apesar da taxa de crescimento do número de matrículas de alunos com deficiência segundo os Censos da Educação Básica e da Educação Superior realizados anualmente pelo INEP que, no período de 2013 a 2022, foi de 307% na Educação Infantil, 81% no Ensino Fundamental, 329% no Ensino Médio e 173% na Educação Superior.

Vejamos os números da educação quando comparados à pessoas sem deficiência:
Taxa de analfabetismo

Pessoas com deficiência: 19,5%
Pessoas sem deficiência: 4,1%

Pessoas com 25 anos que não completaram a educação básica:
Pessoas com deficiência: 63,3%
Pessoas sem deficiência: 29,9%

Concluíram o Ensino Médio:
Pessoas com deficiência: 25,6%
Pessoas sem deficiência: 57,3%


Concluíram o Ensino Superior:
Pessoas com deficiência: 7%
Pessoas sem deficiência: 20,9%

Ainda existe desigualdade nos números relacionados à educação, sendo esta a primeira pesquisa do IBGE a produzir informações específicas sobre pessoas com deficiência, considero relevante acompanhar as próximas edições para mensurarmos a evolução desses números. Os esforços, para promoção da educação inclusiva, que estão sendo empreendidos devem contribuir para a diminuição dessa desigualdade, pois o impacto sobre a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho continuará sendo prejudicada, uma vez que a baixa escolarização dificulta o acesso à renda.

Medidas para a promoção contínua da educação inclusiva, com investimentos em tecnologia assistiva, capacitação de professores, e fornecimento do atendimento educacional especializado podem contribuir para a diminuição da diferença entre os números da PNAD 2022, que mostram a taxa de ocupação das pessoas com deficiência (25,9%) e das pessoas sem deficiência (60,7%) no mercado de trabalho, possa diminuir, sendo que 55% das pessoas com deficiência que trabalham, estão em situação de informalidade.

Profª Drª Sueli Yngaunis atuou como professora no ensino superior por 22 anos, e coordenou o Núcleo de Acessibilidade de uma universidade. Atualmente dedica-se ao estudo e produção de conteúdos relacionados à inclusão de pessoas com deficiência, e atua como terapeuta e mentora.

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