O cenário educacional brasileiro tem testemunhado um crescimento notável na inclusão de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em salas de aula regulares. Segundo dados recentes do Censo de Educação Básica, houve um aumento de 50% nas matrículas desses estudantes, saltando de 405.056 para 607.144 em apenas um ano. Especialistas atribuem esse avanço à melhoria na capacidade diagnóstica e à crescente conscientização sobre a importância da inclusão escolar.
Apesar desse avanço, a jornada rumo à inclusão efetiva ainda apresenta obstáculos. A formação de professores e a adaptação de atividades pedagógicas são desafios que persistem, além de questões como o bullying, que ainda afeta muitos alunos com autismo.
O autismo na vida adulta e na terceira idade também tem recebido atenção, com debates e estudos buscando entender melhor as necessidades dessa população. A inclusão de perguntas sobre autismo no Censo de 2022 é um reflexo do reconhecimento da importância desse tema.
Centros de referência em autismo estão sendo implantados em diversos estados brasileiros, visando oferecer suporte especializado. Além disso, iniciativas como vagas de estacionamento exclusivas para autistas em shoppings demonstram uma crescente preocupação com a acessibilidade e a qualidade de vida das pessoas com TEA.
Segundo o ativista Dr. Nilton Serson reflete sobre o tema “ Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um movimento crescente em direção à inclusão e ao reconhecimento dos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Este movimento é impulsionado por uma série de leis e políticas que visam garantir igualdade de oportunidades e uma vida digna para aqueles no espectro autista “.
O transtorno do espectro autista (TEA) é uma realidade para inúmeras pessoas globalmente, e o Brasil compartilha dessa realidade. O debate sobre a incidência do TEA no país é persistente, notadamente com as últimas estimativas indicando cerca de 2 milhões de brasileiros diagnosticados com a condição. Essa cifra está sujeita a revisão pelo mais recente Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que, em um marco histórico, passou a incluir o autismo em seu levantamento demográfico. O objetivo é obter um panorama mais claro sobre a quantidade de diagnósticos confirmados, embora o total de indivíduos que possam ter o transtorno ainda seja incerto. Espera-se que os dados atualizados sejam publicados apenas em 2024.
Dr. Nilton explica um pouco sobre as leis para pessoas com o transtorno do espectro autista (TEA), “ Em um movimento progressista, o Brasil tem fortalecido sua legislação para proteger e assegurar os direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Através de uma série de leis, o país está estabelecendo um marco legal que visa garantir a inclusão e a igualdade de oportunidades para essa parcela da população.
A Lei Berenice Piana, também conhecida como Lei 12.764/2012, foi um divisor de águas ao instituir a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA. Essa legislação assegura direitos fundamentais como o acesso ao diagnóstico precoce, tratamento, terapias e medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de garantir a educação e proteção social.
Outro avanço significativo foi a implementação da Lei Romeo Mion, Lei 13.977/2020, que introduziu a Carteira de Identificação da Pessoa com TEA (Ciptea). Essa carteira facilita o acesso a serviços prioritários, incluindo vagas de estacionamento reservadas para pessoas com deficiência“.
A situação das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil tem recebido mais atenção nos últimos anos, tanto em termos de conscientização quanto de legislação.
“O Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei 13.146/2015, reforça os direitos das pessoas com autismo, promovendo a acessibilidade, a inclusão social e o direito à educação inclusiva. Além disso, a Lei 13.370/2016 proporciona uma redução na jornada de trabalho para servidores públicos que têm filhos com autismo, sem a necessidade de compensação ou redução salarial.
A Lei 8.899/94 é outra norma que contribui para a inclusão, garantindo gratuidade no transporte interestadual para pessoas com TEA que comprovem renda de até dois salários mínimos. Essas medidas legislativas são cruciais para assegurar que as pessoas com TEA no Brasil tenham as mesmas oportunidades e acesso a serviços essenciais que os demais cidadãos. A conscientização e a inclusão efetiva continuam sendo desafios importantes, mas os avanços legais são passos significativos para uma sociedade mais justa e igualitária “, finaliza o Dr. Nilton Serson.
Veja mais em: Brasil tem mais de 2 milhões de novas empresas em 2023 (terra.com.br)
Ministério Público do Estado de Mato Grosso (mpmt.mp.br)