População acima de 65 anos cresceu 57% em doze anos no Brasil, segundo Censo 2022; tecnologia pode auxiliar nas tarefas diárias, trazendo mais independência aos idosos
O mês do idoso é celebrado em outubro e se tornou um período de reflexão e conscientização sobre os direitos da pessoa idosa e de alerta à sociedade sobre a importância da autonomia na terceira idade. E esta população vem crescendo cada vez mais no Brasil. Segundo o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país tem mais de 22,1 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos. O número é 57,4% maior do que o registrado no Censo de 2010, quando eram 14 milhões.
“Estamos vendo uma mudança significativa na pirâmide etária brasileira e o envelhecimento saudável tem sido uma das principais preocupações tanto do poder público quanto dos profissionais da saúde, para que as pessoas cheguem à terceira idade com mais qualidade de vida”, destaca Thomas Pfleghar, diretor de academy da Ottobock na América Latina, empresa alemã que atua na pesquisa e produção de tecnologia assistiva (próteses, órteses e cadeiras de rodas).
Neste sentido, a tecnologia é uma importante aliada, uma vez que facilita a mobilidade das pessoas nesta faixa etária. O aposentado Alvares Marcon, 81 anos, utiliza uma scooter (modelo de cadeira de rodas motorizada) para realizar as atividades de forma autônoma e sem a necessidade de ajuda. “É uma maravilha, tenho liberdade total de ir e vir, consigo fazer pequenos trajetos sozinho como ir à panificadora, à farmácia ou à lotérica, sem depender do auxílio dos outros”, destaca Marcon, que mora na Penha, zona leste de São Paulo, com a esposa e um filho.
O aposentado explica que precisou do apoio do equipamento após sofrer um infarto há um ano, que o deixou com a saúde mais debilitada. Com problemas vasculares, ele já tinha passado por uma amputação de perna nos anos 80 e, desde então, utiliza uma prótese no dia a dia. Assim como ele, mais de 45 milhões de pessoas convivem com alguma deficiência no Brasil, sendo que destas, 13 milhões são deficiências físicas, segundo informações do Ministério da Saúde.
“Temos investido cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida como é o caso de muitos idosos”, ressalta Thomas Pfleghar. Uma das soluções desenvolvidas pela empresa é a scooter utilizada por Alvares Marcon. Trata-se de uma cadeira de rodas com motor elétrico, que pode ser usada tanto em ambientes internos quanto externos. Com diferentes comandos, ela se ajusta ao corpo do usuário e possui banco giratório para facilitar o embarque e desembarque, apoio de braços ajustável na altura e na largura e assento almofadado para oferecer mais conforto. O equipamento também foi projetado para oferecer mais estabilidade no trajeto, mesmo em pisos irregulares como ruas e calçadas.