Pagar um plano de saúde está ficando cada vez mais caro. Porém o modelo de financiamento coletivo está sendo alternativa a muitos brasileiros que dependem do SUS
Os planos de saúde estão cada vez mais caros. Mas isso não é só um problema para a população, que se obriga a ir para o SUS. É ruim também para as próprias operadoras de planos de saúde, que enfrentam desafios financeiros para se tornarem viáveis. No entanto, um novo ecossistema de saúde vêm tornando mais acessível o atendimento de saúde particular à população. É o modelo de financiamento coletivo, inovador a ponto de receber reconhecimento do Banco Mundial. No Brasil, já existe uma plataforma operando neste novo sistema.
Antes de entender a nova plataforma, é importante fazer um raio-x do modelo tradicional de planos de saúde. Nele, o usuário paga uma mensalidade, que é usada tanto para pagar os prestadores de serviço (médicos, hospitais, clínicas, etc.), quanto para custear a operação (funcionários, estruturas físicas, tecnologias, etc).
E o que tem feito os planos terem valores cada vez mais altos é um conjunto de fatores: o envelhecimento da população (quanto maior a idade, maior o gasto médico), a inflação médica (custo dos serviços médicos e hospitalares) e a judicialização de procedimentos de alto custo (quando consumidores buscam na Justiça o direito a tratamentos caros e não cobertos pelos planos).
A judicialização, diz a Kinea, uma empresa de gestão de fundos de investimentos, somou R$ 17 bilhões nos últimos cinco anos. Isso tudo tem feito as operadoras gastarem mais do que arrecadam (116% em 2022), custos que são repassados ao consumidor.
Algumas operadoras encontraram meios de sobreviver a essa crise verticalizando a operação, ou seja, construindo hospitais e outras estruturas próprias para não ter que depender de prestadores de serviço terceiros. Gerir uma operação própria permite otimizar os custos. E isso já tem trazido saldos positivos a algumas operadoras de saúde de 2022 para cá.
Financiamento coletivos: modelo sustentável e inclusivo de saúde
Uma solução inovadora para esse tipo de problema vem tornando acessível o atendimento particular de saúde (entenda-se particular, e não por plano de saúde) a uma parcela maior da população. É o financiamento coletivo, no qual o usuário paga mensalmente uma assinatura que vai para um fundo coletivo. Esse fundo ajuda a custear parte do serviço médico que o assinante utiliza. O usuário também paga coparticipação por cada serviço utilizado, igual no plano. No entanto, nesse novo modelo de financiamento coletivo, ambos os valores (assinatura e coparticipação) são menores que nos planos. E a coparticipação pode ser parcelada em até 12 vezes. Desta forma funciona o aplicativo Saúde S/A, primeiro no Brasil a utilizar esse modelo coletivo.
Para ilustrar, considere o caso de parto normal, que no mercado específico pode custar cerca de R$14.000,00. Pelo Saúde S/A o assinante coparticipa com aproximadamente R$2.062,50. Além disso, a coparticipação pode ser parcelada em até 12 vezes , tornando o valor acessível e diluído no orçamento familiar. Os prestadores de serviço que vão realizar esse parto recebem integralmente os R$ 14 mil. Esse valor restante (R$11.937,50) sai do fundo coletivo, alimentado pelas assinaturas mensais do aplicativo. Todo mundo contribui, todos utilizam, todos se ajudam.
Os serviços pelo Saúde S/A atualmente estão, em média, 58% menores que o preço particular. O fundo coletivo subsidia esses valores, permitindo que os assinantes do App paguem a partir de 15% de coparticipação sobre esses valores negociados, transformando um tratamento que custa R$30.000,00 no particular, num valor acessível de R$1.500,00, que podem ser pagos parcelados.
Diferenças entre financiamento coletivo e planos de saúde
Planos de saúde também usam a mensalidade para custear o pagamento aos prestadores de serviço médico. A diferença é que também utilizam o valor para custear a operação da empresa e processos judiciais em que são acionadas. O fundo coletivo é direcionado 100% para financiamento dos serviços médicos. Por isso, “sobra” mais dinheiro para utilização dos assinantes. E as regras de entrada e saída da assinatura de um fundo coletivo são muito mais flexíveis e não possuem carências. Assinou, pode usar na hora.
“É um modelo que permite maior inclusão social, principalmente aos trabalhadores autônomos, microempreendedores e profissionais liberais. Estima-se que esse público some 19 milhões de pessoas no Brasil, que possuem renda familiar superior a R$ 4 mil e que não conseguem arcar com as mensalidades dos planos de saúde tradicionais”, afirma Wagner Marques, CEO do App Saúde S/A.
Alívio para o SUS
Hoje o SUS atende aproximadamente 170 milhões de brasileiros e a grande maioria dos serviços estão sobrecarregados, com filas enormes para consultas especializadas, exames e cirurgias eletivas. Plataformas como o SAÚDE S/A ajudam a desafogar o SUS , transferindo parte dessa demanda reprimida para o setor privado. O assinante consegue acesso mais rápido a saúde, por ser um atendimento particular. Isso permite ao sistema público se concentrar nos casos mais complexos e urgentes.