Abandono de políticas inclusivas afeta imagem das marcas para 42% da população. Na polêmica da mudança da letra da música de Claudia Leitte, 42% não viram a atitude com bons olhos (19% consideraram ato de preconceito e 23% acreditaram ser um desrespeito) enquanto 38% consideraram apenas uma opinião pessoal da artista
Diversidade é uma pauta que impacta diretamente a relação entre marcas e consumidores. Segundo pesquisa da Hibou, 42% dos brasileiros têm uma percepção negativa de empresas que abandonam práticas inclusivas, enquanto apenas 11% veem essas decisões de forma positiva. Para alarmantes 46%, não muda a percepção sobre uma marca sem responsabilidade social inclusiva.
Já no cotidiano individual dos brasileiros, os dados também destacam como se dá a atitude empática e inclusiva. Por exemplo, 53% dos brasileiros afirmaram que cederiam seu lugar em um avião para pessoas com mobilidade reduzida, reconhecendo a necessidade de priorizar o conforto de quem enfrenta desafios adicionais. Entretanto, apenas 9% fariam o mesmo por uma criança desconhecida, evidenciando como o senso de empatia varia de acordo com o contexto e a percepção de necessidade. Esses números mostram que as decisões de apoio e inclusão, tanto em marcas quanto em atitudes pessoais, são complexas e influenciadas por valores sociais profundamente enraizados.
Atitudes de artistas também impactam a percepção de brasileiros sobre o tema da inclusão e diversidade. A decisão recente da cantora Claudia Leitte de regravar uma de suas primeiras músicas, substituindo referências afrodescendentes por referências evangélicas, gerou reações diversas entre os brasileiros, conforme apontado na pesquisa da Hibou. 42% não viram a atitude com bons olhos, sendo 19% considerando um ato de preconceito e 23%, um desrespeito. Enquanto 38% consideraram apenas uma opinião pessoal da artista. Para 7%, a decisão da cantora foi uma tentativa de se distanciar de um determinado público.
“Essa situação reforça como movimentos culturais e escolhas artísticas de figuras públicas têm impactos diretos na percepção do público. No caso de Claudia Leitte, vemos que a decisão gerou sentimentos mistos, que variam de compreensão a críticas severas. Isso demonstra o quanto a representatividade e a manutenção de conexões com públicos diversos são fundamentais na construção de uma carreira consistente e respeitada”, analisa Lígia Mello, CSO da Hibou.
Sobre a Hibou
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