Amar é o foco daquele que procura a verdade dentro de si

Amar é o foco daquele que procura a verdade dentro de si OPINIÃO - * Por Padre Rafael Vitto

OPINIÃO

  • * Por Padre Rafael Vitto

Santo Agostinho nasceu no norte da África, em Tagaste, no ano 354. Desde jovem, mostrou-se inteligente e sedento da Verdade. Filho de Santa Mônica, mulher de profunda fé, e de Patrício, um homem pagão, cresceu em meio a valores divididos. Na juventude, seguiu caminhos distantes de Deus, buscando realização em prazeres, glórias intelectuais, filosofias passageiras e diversas religiões. Apesar de seu talento e sucesso, Agostinho confessaria mais tarde: “Meu coração estava inquieto”. Nada satisfazia sua alma sedenta da Verdade.

Durante anos, Agostinho mergulhou no estudo e no ensino da retórica, em cidades como Cartago, Roma e Milão. Lá, encontrou Santo Ambrósio, bispo cuja sabedoria e caridade abriram-lhe os olhos para a verdade do Evangelho. Tocando o fundo do seu vazio existencial, Agostinho teve um momento decisivo de conversão ao ouvir uma voz que lhe dizia: “Toma e lê”. Abrindo a Bíblia, encontrou em Romanos 13 um chamado à mudança de vida. Assim, deixou para trás os vícios e foi batizado por Santo Ambrósio na Vigília Pascal de 387, junto com seu filho Adeodato.

Após sua conversão, Agostinho retornou à África, fundou um mosteiro e mais tarde foi ordenado bispo de Hipona. Tornou-se um grande defensor da fé, combatendo heresias, formando discípulos e escrevendo obras que atravessam os séculos. Entre seus livros mais famosos estão “Confissões”, onde narra sua jornada interior, e “A Cidade de Deus”, onde reflete sobre a história à luz da fé. Agostinho morreu em 430, durante o cerco dos vândalos, com o coração já descansado Naquele que tanto buscou. Deixou à Igreja não apenas doutrina, mas o testemunho de um homem que foi transformado pela graça. “Fizeste-nos para ti, Senhor, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em ti” (Confissões, I,1).

Seu grande legado está na união de todo o seu estudo intelectual com a experiência da fé, uniu o neoplatonismo de seu tempo com a herança da cultura judaica, uniu a filosofia grega e a teologia católica. Essa união perpetua até hoje nos estudos eclesiásticos. De modo geral, sua teologia traz um caminho de vida, uma experiência que em tudo busca o amor, Ordo Amoris. Amar é o foco e a busca daquele que procura a verdade dentro de si e encontra um Deus amoroso, um Deus que preenche a sede e a fome interior.

Com o novo pontificado do Papa Leão XIV, um agostiniano, espera-se que surjam documentos e diretrizes da Igreja que visem essa espiritualidade. O caminho do Ordo Amoris aparecerá com mais frequência ao tratar dos assuntos da vida contemporânea. Esse Deus amor que visita e salva seu povo, tudo ordenando ao amor.

Leão demonstra ser assertivo em suas falas e aponta para um pontificado de orientações certeiras e pontuais, uma verdade dita de modo amoroso ao povo que precisa ser orientado em diversos assuntos atuais, que, por vezes, geram dubiedade e confusão entre as pessoas.

*Pe. Rafael Vitto é sacerdote e missionário da comunidade Canção Nova. (padrerafaelcn)

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