Pesquisa divulgada em alusão ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência aponta para a sub-representação em cargos de liderança e desafios de acessibilidade e preconceito no ambiente corporativo.
Em virtude ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, a consultoria Diversitera, startup que promove pesquisas sobre diversidade, equidade e inclusão, lança um estudo aprofundado sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho formal brasileiro.
O levantamento, intitulado “Panorama da população com deficiência no mercado de trabalho formal brasileiro”, revela que, embora representem 3,6% da força de trabalho ocupada no país, as pessoas com deficiência estão majoritariamente concentradas em posições iniciais, com 72% ocupando cargos como auxiliares, assistentes e aprendizes. Em comparação, 55% das pessoas sem deficiência estão nesses mesmos níveis de cargo.
Os dados, coletados entre julho de 2022 e agosto de 2025 a partir de uma amostra de 114.168 indivíduos em 56 grandes e médias empresas, apontam para uma barreira significativa no avanço de carreira. Apenas 2,0% dos colaboradores em posições de média liderança são pessoas com deficiência, enquanto pessoas sem deficiência representam 97,7%. Esse número cai para 1,2% em cargos de alta liderança, onde pessoas sem deficiência são 98,5%.
O estudo da Diversitera, realizado por meio de sua plataforma de censo diagnóstico Diversitrack, também investigou a percepção sobre o ambiente de trabalho. Os resultados mostram que 27% das pessoas com deficiência consideram seus locais de trabalho pouco ou nada acessíveis. Além disso, 18% afirmam já ter sido alvo ou testemunhado manifestações de preconceito no dia a dia. Dentre esses casos, 27% estavam relacionados ao capacitismo , que é a subestimação da capacidade de uma pessoa com base em sua deficiência.
“Os números trazem uma mensagem clara; a representatividade da pessoa com deficiência na economia formal é baixa, e quando ela ocorre essa população fica restrita nos cargos de entrada sem mobilidade hierárquica, mesmo entre profissionais com grau de escolaridade acima do nível superior. Esse fenômeno reflete uma estrutura ainda capacitista que não despertou para o potencial dessas diferentes vivências agregando nos ambientes de trabalho A maior parte das organizações ainda trata a questão das cotas como algo meramente numérico”, afima Marcus Kerekes, CEO da DIversitera e cadeirante desde os 15 anos de idade.
Cenário Nacional e desafios estruturais
O levantamento da Diversitera dialoga com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2022, que traçam um panorama mais amplo dos desafios enfrentados por essa população no país.
- População: o Brasil tem 14,8 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que corresponde a 7,3% da população.
- Educação: a taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência é de 21,3%, enquanto para pessoas sem deficiência é de 5,2%. Apenas 7,4% concluíram o ensino superior.
- Participação no mercado: apenas 29,2% das pessoas com deficiência com 14 anos ou mais participavam da força de trabalho, em contraste com 66,4% entre as pessoas sem deficiência.
Sobre a Diversitera
A Diversitera é uma startup dedicada à promoção da equidade social e econômica em organizações de diversos perfis, transformando Diversidade e Inclusão em pilares estratégicos. Com uma equipe experiente e apaixonada por dados, a empresa oferece uma gama de serviços, incluindo censo diagnóstico de DEI, consultoria, ações de comunicação institucional e capacitação. Seu principal recurso é a Diversitrack, uma plataforma SaaS para coleta de dados que proporciona uma análise aprofundada de indicadores, identificando urgências e estabelecendo prioridades para ações mais eficazes no curto, médio e longo prazos nas organizações. Em sua nova versão, com mais atributos e facilidades, somada a uma metodologia exclusiva, a conformidade com a LGPD, e a disponibilidade em múltiplos idiomas, a Diversitrack se posiciona como a ferramenta mais completa da atualidade.