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  • sáb. nov 23rd, 2024
*OPINIÃO: Autismo é deficiência? - * Por Geraldo Nogueira

** Por Geraldo Nogueira

Outro dia, me perguntaram se autismo é uma deficiência. Rapidamente, um ativista da causa que estava ao meu lado respondeu que não, que autismo não é uma deficiência e sim uma condição do espectro. Outros interviram para afirmar que sim, em certo aspecto o autismo seria uma deficiência, uma vez que pode levar o indivíduo a um déficit intelectual. Uma discussão se formou e o debate acabou por envolver também o símbolo de referência para pessoas autistas, representado por um lacinho multicolorido formado por peças de quebra-cabeça.

Mas afinal, o autismo é uma deficiência?

Para responder a essa pergunta, esclareço que meu enfoque sobre o tema tem cunho meramente vivencial, pois sendo minha formação em Direito, não tenho como desenvolver qualquer discussão técnica na área do conhecimento médico ou psíquico.

Teoricamente a deficiência é considerada como uma condição humana, congênita ou adquirida, cujas características impõem incapacidades ou limitações física, sensorial, mental ou intelectual, de caráter permanente e não tratáveis ou curáveis. São essas as particularidades que determinam o conceito genérico de uma deficiência.
O transtorno do espectro autista (TEA), é um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado por manifestações comportamentais e desenvolvimento atípicos, déficits na comunicação e na interação social, com padrões de condutas repetitivos e estereotipados, peculiaridades essas reconhecidas pelo estado da permanência, independentemente do grau de incidência. Por tais características, também podemos afirmar que o autismo é uma deficiência.

Quanto aos símbolos que identificam as deficiências, estes ainda são necessários para dar visibilidade social aos indivíduos com deficiência, bem como para despertar na própria pessoa com deficiência a autoconsciência e o sentimento de pertencimento e identidade.

Os símbolos têm por objetivo informar as pessoas com deficiência sobre os espaços que podem ser utilizados com independência, segurança e autonomia, bem como informar a todos, os locais onde determinado segmento tem preferência ou prioridade no atendimento. Entendendo independência como a capacidade de tomar decisões e autonomia como a condição de comunicação, movimentação em ambientes, manejo de objetos e de novas tecnologias ou a utilização de transporte.

Embora a preocupação com a acessibilidade seja bastante difundida nos países de primeiro mundo. No Brasil, o tema é recente e pouco respeitado. Por isso, há relevância na presença dos símbolos nos ambientes, meios de transportes, mobiliários urbanos, dentre outros locais acessíveis que facilitam a frequência ou utilização por pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

  • Geraldo Nogueira é Diretor na Diretoria da Pessoa com Deficiência OAB-RJ.

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