- Por Guilherme Kalel
No próximo sábado, 3 de dezembro, é comemorado o Dia Internacional de Mobilização da Luta para as Pessoas com Deficiência.
Uma data cheia de simbolismos e que nos leva a refletir de fato sobre o que está acontecendo no Brasil, em Franca/SP e no Mundo, porque não dizer, sobre o que está sendo feito em prol a esta causa.
Quando falamos em uma data voltada a conscientizar sobre o Pessoas com Deficiência, muitos pensamentos vem a cabeça de todos.
E claro deveria ser assim mesmo, mas é preciso separar estes pensamentos.
A Pessoa com Deficiência não busca apenas cotas em universidade, nem cotas no mercado de trabalho.
A Pessoa com Deficiência busca e merece reconhecimento pelos seus esforços no seu papel importante da sociedade.
E essas pessoas estão e devem estar mesmo, presentes em todos os aspectos de uma sociedade mais justa e igual.
Não por cotas, mas porque são capazes assim como aqueles que não tem qualquer deficiência.
Devemos sempre ter em conta que, um deficiente pode se casar, constituir família, e fazer parte do que quiser fazer.
Desde que respeitem os limites físicos de sua deficiência, não se existem barreiras que não possam ser superadas.
É isto que esta data vem nos relembrar, e nos trás a refletir.
Pessoas com Deficiência advogados.
Pessoas com Deficiência programadores de computador.
Desenvolvedores de novas tecnologias.
Professores e educadores, não apenas para PCD, mas também para o público geral.
Jornalistas, formadores de opinião, e responsáveis por informar pessoas de todos os aspectos, de diferentes regiões.
Como disse, há uma infinidade de coisas que podemos ser.
Podemos porque, como bem sabem, sou deficiente visual.
E desde que me entendo por gente acompanho, uma luta que não é apenas minha, mas de todas as pessoas que tenham qualquer tipo de deficiência neste grande universo.
Provar a sua capacidade, conquistar o seu lugar, ser respeitado.
Não deveria ser uma luta, deveria ser algo garantido mais que por leis, mas com iniciativas.
Mas que infelizmente apesar de muitos avanços já conquistados, ainda carecem de mais.
Só a conscientização é capaz de ir além, e de fazer as pessoas com deficiência atingirem o espaço que precisam.
Um espaço igualitário aos que nada tem.
Nós enquanto deficientes, não desejamos obter privilégios se comparado a outros cidadãos.
Mas queremos e precisamos, ter nossos direitos respeitados, limitações compreendidas, e mais que isto, estarmos presentes nas decisões que impactarão as nossas vidas.
Os municípios brasileiros e então incluo Franca/SP, não tem condições de se criar na grande maioria, uma Secretaria Especial para tratar o direito deste segmento.
Apenas algumas cidades as tem.
E é um mecanismo importante na promoção social, e de igualdades.
Mas não é preciso uma secretaria específica para esta finalidade, se for analisar, para fazer o poder público avançar com políticas necessárias.
É preciso cobrança, engajamento, e pessoas que saibam o que fazem e como representar a causa.
Criar Núcleos ou outros meios de ouvir pessoas com deficiência e atendê-las, dentro das possibilidades.
E mais importante, ter na linha de frente deste trabalho, os próprios deficientes.
Porque só um deficiente para saber, o que essas pessoas precisam.
É como ensinar informática para quem não enxerga, por mais qualidades que o professor tenha, se ele não souber especificamente os leitores de telas, ele não conseguirá ensinar.
Por isto que, um deficiente visual deve ser ensinado por um deficiente visual.
E eu, aprendi com um, meu grande amigo e professor Luis Quirino.
Aprendizados que carrego para a vida toda e que me permitiram chegar aqui.
Hoje, em que escrevo esta coluna, gostaria de convidar a cada um de vocês que leem, que apesar do tempo corrido de nossas rotinas, paremos a refletir.
O que estamos fazendo por uma sociedade mais justa, humana, igualitária e acessível?
A pesquisar sobre as pessoas com deficiência e o que podem fazer.
Oferecer oportunidades dentro de suas empresas, da sua vida, para compreender melhor.
E se engajar nesta causa, porque juntos seremos sempre mais fortes e poderemos ser ouvidos de uma forma muito melhor.
Quero aproveitar e deixar aqui, o convite para convida-los a conhecer o Instituto Unia – União Nacional dos Invisuais e Associados.
Um projeto que vai ser lançado em 5 de dezembro, e que tem exatamente esta finalidade.
Promover os direitos de invisuais, e as mudanças necessárias para a vida destes deficientes visuais.
Com o foco de lhes modificar a vida e proporcionar, produtos, serviços e aprendizado, acessíveis.
O projeto está em desenvolvimento e deve ter uma ampla gama de atuação, e está sendo montado a ser desenvolvido em todo o Brasil.
E pode ter um pouco mais de sua essência conhecida no site https://institutounia.com.br
- Guilherme Kalel é Jornalista, Escritor e Editor Responsável pelo Portal de Notícias G7 Press.
guilherme@g7press.com
“A maldade humana não pode ser maior do que a força da verdade.”