Celebrado em 3 de dezembro, o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência foi instituído pela Organização das Unidas (ONU) em 1992, com o objetivo de gerar conscientização, compromisso e ações que promovam os direitos das pessoas com deficiência.
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 45 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência. Desse total, mais de dez milhões apresentam problemas de audição. Nesse sentido, o Hospital Paulista de Otorrinolaringologia chama a atenção para os desafios enfrentados por esta parcela da população.
Conforme o Dr. José Ricardo Gurgel Testa, otorrino no Hospital Paulista, a perda auditiva pode afetar um indivíduo de diferentes formas, e o impacto variar de acordo com a idade do paciente.
O especialista destaca que as crianças que nascem com perda auditiva profunda ou que falham nos testes da triagem auditiva neonatal, normalmente, terão problema de aquisição da fala e linguagem, se não forem reabilitadas.
“Uma criança em idade escolar que escutava normalmente e, por qualquer motivo, perde a audição progressiva ou subitamente terá interferência no desenvolvimento escolar e no convívio social”, pontua.
No caso dos adultos, o fato pode interferir no convívio social, já que ele perde a comunicação comumente com os outros. “A reabilitação deve ser feita o quanto antes, por meio do uso de aparelhos auditivos convencionais ou do implante coclear, que requer rigoroso acompanhamento médico após a cirurgia”, ressalta o médico.
Sintomas
Dr. Testa afirma que, no caso dos adultos, queixas na diminuição da audição, zumbidos e até tonturas podem ser sintomas de perda auditiva, enquanto nas crianças é mais comum a falta de atenção ou a troca de letras durante a fala, por exemplo.
Já em bebês, eles acabam por não responderem a instintos comuns, como a barulhos. “A triagem auditiva, que são os exames que fazemos quando a criança nasce, é essencial, porque, às vezes, o problema passa desapercebido e os pais só terão noção de que aquela criança não escuta com 6/8 meses de idade, perdendo a oportunidade de diagnóstico precoce do problema”, alerta.
O especialista pondera, no entanto, que existem formas de prevenir a perda auditiva, apesar de a identificação do problema ser sempre mais efetiva.
Entre as ações de prevenção, ele destaca, por exemplo, a vacinação contra a rubéola congênita, muito frequente na década de 80. “Com a imunização e o passar do tempo, a doença, que causava surdez, foi diminuindo e desaparecendo.”
Outro exemplo é o uso de medicações que são tóxicas para o ouvido. Como forma de prevenção, foi implantada a lei de limitação do uso de alguns antibióticos, com receita controlada.
O médico destaca que, no Brasil, durante um certo tempo, as pessoas podiam comprar antibióticos por conta própria, ou outros tipos de remédio, e, hoje em dia, não é mais permitido.
“Outro motivo comum à perda auditiva é a exposição ao ruído. Então, uma forma de prevenir é não se expondo a ruídos intensos ou usando protetores”, finaliza.
Exames e tratamentos
O Hospital Paulista dispõe de toda a bateria de exames de avaliação da parte auditiva e labiríntica, como audiometria, otoemissão acústica, potenciais evocados de diversas características e testes labirínticos de diversas modalidades.
Na parte de tratamento, além das consultas clínicas, a instituição também realiza cirurgias para doenças como otites crônicas, otosclerose ou surdez mais profunda, que pode ser reabilitada no setor de aparelho auditivo ou na parte de aparelhos implantados.