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  • sex. set 20th, 2024

Crescem em mais de 100% matrículas da educação especial do ensino infantil

Crescem em mais de 100% matrículas da educação especial do ensino infantil

Lidar com a neurodiversidade nas instituições de ensino ainda é um desafio. Pessoas neurodiversas podem apresentar dificuldades em cumprir funções executivas, como por exemplo: ter atenção, sustentação, percepção, controle, flexibilização, ordenação e execução de tarefas. Muitos fatores impedem também essas pessoas desempenharem tarefas autônomas, por receio de passar por preconceito, medo de não dar conta e falta de incentivo à autonomia.

Entender que a mente humana pode funcionar de diversas maneiras e que variações cognitivas existem, já é um passo importante para promover uma educação inclusiva. O sistema educacional vigente precisa ser reformulado a fim de garantir o acesso e permanência dos alunos com necessidades educativas específicas ainda no ensino regular. 

Segundo o último Censo Escolar da Educação Básica, 2022 registrou um crescimento de 100,8% nas matrículas da educação especial no ensino infantil, quando avaliado o número de matrículas entre 2018 e 2022. Outro dado relevante apontado, é que mais de 90% desses alunos com deficiência, transtornos do espectro autista ou altas habilidades estão incluídos em classes comuns e não em classes especiais exclusivas.

Para a pedagoga, especialista em Gestão Escolar pela Universidade de São Paulo (USP), Acompanhante Terapêutica, Mediadora Escolar pelo CBI of Miami e idealizadora do Espaço Girassol, Carla Maria, as instituições de ensino ainda não estão 100% preparadas para a inclusão educacional. 

“Infelizmente ainda temos escolas que negam matrículas de crianças com deficiência, não sabem como construir um planejamento de ensino individualizado (PEI) que atenda às necessidades educativas específicas do aluno sem cumprir o que está na legislação”, destaca a pedagoga. 

De acordo com o estudo “Marcos do Desenvolvimento: reconhecimento dos sinais de autismo pelos professores da educação infantil”, feito através da especialista, para trabalhar com educação infantil é muito importante conhecer o conjunto de habilidades que a maioria das crianças atinge em uma determinada idade. Os marcos ajudam as famílias e os profissionais a perceberem quando o desenvolvimento da criança não está acompanhando o esperado, e podem ser divididos em: socioemocional, linguagem, cognitivo e motor.

“Os marcos são um bom começo para tornar a educação de fato inclusiva, respeitando cada criança como ser único e sem presumir competência, pois toda criança é capaz de aprender”, afirma a especialista. 

A equipe do Espaço Girassol destaca algumas dicas que podem ser eficazes no desenvolvimento de ensino para as crianças atípicas. “Fazer, construir coisas, brincar com o corpo, objetos, jogos, contar histórias e realizar atividades artísticas, tais como peças teatrais, musicais, artesanais, noções de tempo e espaço são atividades importantes que estimulam e colaborarem bastante para o desenvolvimento de habilidades e competências”, explica. 

Dessa forma, exercer uma comunicação assertiva entre a escola, responsáveis e profissionais especializados no acompanhamento pedagógico é fundamental para auxiliar a criança no desenvolvimento de habilidades sociais básicas e em atividades de vida diária. É importante um atendimento individualizado com atenção para as necessidades específicas que a criança ainda não adquiriu.

“O acompanhante pedagógico é o profissional que auxilia a criança em um atendimento mais individualizado dentro do espaço escolar. Este profissional vai oferecer suporte pedagógico no dia a dia dessa criança, para que ela consiga, mediante as intervenções necessárias, se desenvolver no processo de aprendizagem, participar de todas as atividades propostas pela escola juntamente com as outras crianças e formar novos ciclos de desenvolvimento”, destaca Carla Maria.  

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