No último dia 26, Juliana Garcia dos Santos, de 35 anos, foi brutalmente agredida por seu ex-namorado, Igor Eduardo Pereira Cabral — ex-jogador de basquete — que desferiu mais de 60 socos contra ela dentro de um elevador em condomínio residencial na zona sul da cidade. De acordo com a Polícia Civil, as agressões, registradas por câmeras de segurança, foram motivadas por ciúmes. Juliana sofreu fraturas faciais graves e um edema intenso. O agressor foi preso em flagrante, tendo sua prisão preventiva decretada por tentativa de feminicídio. Em depoimento na delegacia, após o crime, o agressor alegou que tem claustrofobia e transtorno do espectro autista (TEA). A informação, no entanto, não procede.
A Autistas Brasil repudia veementemente qualquer tentativa de associar o TEA a episódios de violência deliberada. Não há, na literatura científica, dados que endossam essa afirmação. Comportamentos agressivos em autistas geralmente se relacionam a sobrecarga sensorial, frustração na comunicação ou dificuldades emocionais, e tendem a ser reativos, auto-infligidos ou procedentes de estresse, não atos planejados de violência contra outros.
Sendo assim, a Organização reforça a necessidade de desmistificar estereótipos, por meio de campanhas que aproximem a população da temática, além da elaboração de políticas públicas eficazes para a garantia de direitos das pessoas TEA.
Sobre Autistas Brasil
A Autistas Brasil é uma organização de advocacy que atua desde 2020 na defesa dos direitos das pessoas autistas, com ênfase na autodefensoria, educação inclusiva e inserção no mercado de trabalho. Fundada por lideranças autistas, seu grande diferencial é a autorrepresentação: pessoas autistas falando por si, com protagonismo e empoderamento. A associação atua de forma propositiva e não assistencialista, valorizando as potencialidades individuais e buscando transformar a visão social sobre o autismo.