Autodefensoria: movimento que transforma pessoas, instituições e fortalece o caminho para uma sociedade mais justa

Autodefensoria: movimento que transforma pessoas, instituições e fortalece o caminho para uma sociedade mais justa

Instituto Serendipidade destaca o papel da autodefensoria na promoção da autonomia e da equidade para pessoas com deficiência

Mais do que um conceito, a autodefensoria vem se consolidando como um movimento transformador. Trata-se de um processo que promove autonomia, representatividade e participação social de pessoas com deficiência, permitindo que elas defendam seus próprios direitos e influenciem decisões que impactam suas vidas.

O Instituto Serendipidade, que atua em iniciativas voltadas à inclusão e ao combate ao capacitismo, vê na autodefensoria uma das bases para a construção de uma sociedade mais justa e participativa. O tema, que há alguns anos começou a ganhar força no Brasil, hoje está presente em programas educacionais e projetos institucionais — e vem representando uma mudança cultural importante.

“A autodefensoria não é apenas uma ferramenta individual, mas um movimento coletivo que transforma famílias, escolas, empresas e instituições. Quando pessoas com deficiência têm espaço para se expressar e decidir sobre suas próprias vidas, toda a sociedade se torna mais empática, justa e humana”, destaca Débora Goldzveig, gerente do Instituto Serendipidade.

Para Fabiana Duarte Ventura, psicóloga e pedagoga, coordenadora técnica e educacional do Instituto Simbora Gente, a autodefensoria faz parte de um princípio essencial de protagonismo. “Organizado e dirigido por e para pessoas com deficiência, esse movimento orienta-se pelo princípio básico de que o próprio indivíduo — tenha ele a deficiência que tiver — tem o direito e o dever de participar de decisões sobre a sua própria vida. É uma mudança de paradigma que reconhece as pessoas com deficiência não apenas como beneficiárias de políticas públicas, mas como cidadãos ativos e capazes de influenciar decisões”, explica.

Além de fortalecer o protagonismo individual, o movimento tem se mostrado essencial para combater estereótipos e práticas capacitistas, especialmente no ambiente educacional e corporativo.

Cláudio Aleoni Arruda, de 40 anos, é cavaleiro, empreendedor, palestrante e autodefensor pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down. Para ele, esse papel é decisivo para imprimir mudanças na forma como a sociedade encara e lida com pessoas com deficiência. “Ser autodefensor é lutar pelos nossos direitos e deveres e fazer com que as pessoas tenham um outro olhar para nós. A sociedade precisa mudar e respeitar as pessoas com deficiência, de igual para igual, sem diferenças. É uma bandeira pela nossa inclusão”, defende. Como autodefensor, Cláudio esteve por duas vezes na Organização das Nações Unidas (ONU) – a mais recente este ano, falando sobre a importância da autodefensoria e da rede de apoio como suporte.    

“A autodefensoria oferece suporte real, porque garante visibilidade, promove respeito e desafia normas que perpetuam exclusão. É um processo que envolve educação, formação e conscientização — todos esses elementos trabalham juntos para assegurar que pessoas com deficiência tenham uma voz significativa e participem plenamente da sociedade”, reforça Fabiana, que participou de um projeto que trouxe autodefensores como protagonistas na produção dos livros “Simbora, tá na Hora” e “Vamos montar uma banda”, editados e lançados pela Editora Leiturinha. As publicações utilizam linguagem acessível e sensível, valorizando o olhar e a experiência de quem vive a deficiência — e, por isso, têm sido referência em escolas e projetos de inclusão.

“Trabalhamos para criar espaços onde a escuta seja genuína e a participação seja de fato transformadora. A autodefensoria é o que torna possível essa vivência — quando quem sempre foi silenciado passa a ser ouvido, ganham as pessoas, ganham as famílias e ganham as instituições”, conclui Deise Campos, coordenadora no Instituto Serendipidade e mãe do Guilherme, que entre outras características, tem síndrome de Down.

Sobre o Instituto Serendipidade

Fundado em 2019,  Serendipidade é uma organização sem fins lucrativos que tem o propósito de transformar a sociedade através da inclusão de pessoas com deficiência no Brasil, impulsionando impacto social relevante, colaborativo e inovador, sempre prezando pela representatividade, protagonismo, de forma transversal e acima de tudo, com muito respeito. As iniciativas que atendem diretamente o público são: Programa de Envelhecimento Ativo, em parceria com a APOIE-SP, que atende mais de 60 idosos com algum tipo de deficiência intelectual para promoção do bem-estar; e o Projeto Laços, que acolhe famílias que recebem a notícia de que seu filho (a) tem algum tipo de deficiência. O Serendipidade já impactou mais de dois milhões de pessoas, criando pontes, gerando valor em prol da inclusão e através do atendimento direto a pessoas com deficiência intelectual e suas famílias. 

Mais informações em www.serendipidade.org.br E nas mídias sociais @institutoserendipidade

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