Como promover festas de fim de ano inclusivas

Como promover festas de fim de ano inclusivas


Com uma em cada 36 crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o desafio da hipersensibilidade aumenta e exige que famílias adaptem os ambientes e controlem estímulos para garantir celebrações harmoniosas

O calendário de festas de fim de ano traz um desafio sensorial e de rotina para familiares de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Deficiência Intelectual. Mudanças bruscas, sons intensos e excesso de interações sociais provocam a hipersensibilidade de algumas pessoas e exigem adaptações nos ambientes festivos.

A relevância do tema é crescente, enquanto o Transtorno do Espectro Autista (TEA) apresenta prevalência de uma em cada 36 crianças*, a Deficiência Intelectual afeta entre 1% e 3% da população mundial, grupo que precisa de suporte adicional para compreensão de situações, adaptação de rotinas e participação social significativa.

“O fim de ano é um período de ruptura da rotina, portanto, um momento delicado que requer atenção e cuidados especiais. Com pequenas adaptações, é possível garantir conforto, segurança emocional e participação real. E quando entendemos as necessidades específicas dos convidados, abrimos espaço para que todos aproveitem a celebração”, explica Marina Alves, supervisora da área de Neurodesenvolvimento Infantil do Instituto Jô Clemente (IJC), Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que promove saúde, qualidade de vida e inclusão para pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras.

Com o objetivo de promover festas mais inclusivas e acessíveis, o IJC preparou orientações práticas para famílias e organizadores de eventos, que passa por três eixos centrais: antecipação, controle sensorial e comunicação adaptada.

1. Antecipação e preparação da rotina

  • Comunicação visual simples: use calendários, fotos, vídeos e explicações objetivas para apresentar a chegada das festas.
  • Explicação de passo a passo: antecipe como será o evento, o que vai acontecer primeiro,durante e no encerramento . Isso ajudará tanto na previsibilidade quanto na compreensão.
  • Histórias sociais e exemplos: mostre imagens de festas passadas e explique possíveis mudanças, como novo local, novos convidados ou novos horários.
  • Envolvimento ativo: permita que a pessoa participe da preparação: escolher roupas, ajudar na decoração, definir músicas ou selecionar atividades que gostaria de fazer. A participação aumenta o senso de controle e de pertencimento.

2. Ajustes no ambiente sensorial e estrutural

  • Controle de Estímulos: use luzes neutras, reduza os barulhos intensos e tenha abafadores de ouvido em casos de sensibilidade auditiva. Prepare um espaço de calma para pausas sensoriais.
  • Ambiente estruturado mantenha sinalizações simples, como placas indicando banheiro, cozinha ou área externa, e organize o espaço de forma visualmente clara. Isso facilita a orientação, autonomia e reduz a ansiedade.
  • Rotina flexível, mas previsível: horários muito diferentes da rotina podem causar desregulação emocional. Combine antecipadamente os horários de chegada, alimentação e descanso.

3. Comunicação e respeito aos limites

  • Sensibilização prévia dos convidados: explique aos convidados tanto os desafios sensoriais, quanto as necessidades de apoio cognitivo.Incentive que sejam pacientes, claros e respeitosos nas interações.
  • Comunicação acessível (DI): fale devagar, sem infantilizar, usando frases diretas. Reforços positivos ajudam na adaptação ao ambiente novo.
  • Respeito às preferências e autonomia: permita que a pessoa escolha roupas confortáveis, tenha um tempo para se retirar e decida como e até se quer participar das dinâmicas sociais.

“A inclusão acontece quando tratamos cada pessoa como única. Algumas precisam de silêncio, outras de explicações mais claras, outras de tempo para se adaptar. Ao ajustar o ambiente, reduzir estímulos e favorecer a compreensão, criamos momentos felizes e acolhedores, onde ninguém precisa se moldar para participar”, finaliza Marina.

Sobre o Instituto Jô Clemente (IJC)

O Instituto Jô Clemente (IJC) é uma Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que, há 64 anos, promove saúde, qualidade de vida e inclusão para pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras.

O IJC apoia a Defesa de Direitos das pessoas com deficiência; dissemina conhecimento por meio de pesquisas científicas e inovação; fomenta a Educação Inclusiva e a Inclusão Profissional, além de oferecer assessoria jurídica às famílias das pessoas que atende.

Pioneiro no Teste do Pezinho no Brasil e credenciado pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Triagem Neonatal, o laboratório do IJC é o maior do Brasil em número de exames realizados.

O Instituto Jô Clemente (IJC) também é um centro de referência no tratamento de doenças detectadas no Teste do Pezinho, como a Fenilcetonúria, Deficiência de Biotinidase e o Hipotireoidismo Congênito.

Para mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 5080-7000 ou visite o site do IJC (ijc.org.br), o primeiro do Brasil 100% acessível e com Linguagem Simples. Aproveite para seguir o IJC nas redes sociais.

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