Congresso internacional sobre Síndrome de Down reúne 1.200 participantes e consolida protagonismo das pessoas com deficiência

Congresso internacional sobre Síndrome de Down reúne 1.200 participantes e consolida protagonismo das pessoas com deficiência

Realizado em Campinas-SP, o congresso internacional “Eu Tenho Síndrome de Down, e Daí?”, que integrou o IX Congresso Brasileiro e o VII Congresso Ibero-americano de Síndrome de Down, encerrou-se no último dia 22 de novembro com números expressivos e um impacto inédito no debate sobre inclusão, vida adulta, autonomia e direitos da pessoa com deficiência

Entre 19 e 22 de novembro, o congresso internacional “Eu Tenho Síndrome de Down, e Daí?”, que integrou o IX Congresso Brasileiro e o VII Congresso Ibero-americano de Síndrome de Down, reuniu cerca de 1.200 participantes, delegações de 13 países, representantes de todos os estados brasileiros, além de 80 palestrantes. Ao longo de quatro dias, mais de 60 atividades, entre mesas, rodas de conversa, oficinas e apresentações culturais, ocuparam as salas do Pavilhão do Expo D. Pedro, em Campinas (SP).

Todas as mesas tiveram, obrigatoriamente, pelo menos um palestrante com síndrome de Down, reforçando a centralidade do protagonismo das pessoas com deficiência intelectual na produção de conhecimento e na formulação de políticas públicas. O congresso foi também palco do III Encontro Nacional de Autodefensoria, com a presença de mais de 200 autodefensores (pessoas com síndrome de Down que se apropriam e falam de seus próprios direitos) de todo o país.

Autoridades, especialistas, federações, associações, universidades, centros de pesquisa e instituições brasileiras e internacionais estiveram presentes em um encontro que consolidou Campinas como polo global de discussão sobre inclusão, diversidade e vida adulta. No último dia do evento, também foi lida uma declaração visando novas práticas para o futuro e a criação de políticas públicas para as pessoas com síndrome de Down.    

Um marco no debate internacional sobre inclusão e vida adulta

O Congresso propôs novos olhares sobre autonomia, trabalho, vida afetiva e sexualidade, colocando no centro temas urgentes para a vida adulta das pessoas com síndrome de Down, da inserção profissional à tomada de decisão apoiada, do direito ao próprio corpo à construção da autonomia cotidiana.

Organizado pela Fundação Síndrome de Down (FSDown), o encontro reuniu alguns dos principais especialistas ibero-americanos da atualidade, que compartilharam pesquisas, práticas e experiências transformadoras no campo da inclusão.

Entre os convidados internacionais estiveram  David Rodrigues (Portugal), Eduardo Moreno Vivot (Argentina), Joseph Ruf (Espanha) e Sonsoles Perpiñán Guerras (Espanha), nomes que influenciam diretamente a formulação de políticas públicas e modelos de suporte para pessoas com deficiência intelectual.

O Brasil esteve representado por pesquisadores, gestores públicos, profissionais da saúde e autodefensores de destaque, como Zan Mustachi, Orestes Forlenza, Maria Teresa Eglér Mantoan, Maria Aparecida Gugel, Maria Clara Machado Israel, Geórgia Baltieri Bergantin, Flávia Poppe, entre outros.

Protagonismo sem precedentes

O evento também foi palco do III Encontro Nacional de Autodefensoria. Cerca de 200 autodefensores participaram ativamente das mesas e atividades, apresentando experiências, reivindicando direitos e evidenciando, na prática, a importância de garantir espaço real de fala e decisão.

“Neste congresso, a pessoa com síndrome de Down esteve no centro. Foi a oportunidade de falarem por si mesmas, fortalecendo sua autonomia e cidadania”, destacou Marcos Rogério Tofoli, presidente da Fundação Síndrome de Down.

40 anos da Fundação Síndrome de Down

Esta edição marcou também as comemorações pelos 40 anos da FSDown, reforçando uma trajetória dedicada à defesa de direitos e à construção de caminhos mais inclusivos para pessoas com síndrome de Down no Brasil. O Congresso tornou-se um marco dessa celebração, reunindo gerações de pesquisadores, famílias, instituições e sobretudo pessoas com síndrome de Down que vêm transformando o debate sobre inclusão.

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