Estratégias para professores lidarem com TDAH em sala de aula

Estratégias para professores lidarem com TDAH em sala de aula

OMS estima que 5% das crianças em idade escolar tenham TDAH. Especialista orienta docentes a transformar desafios em oportunidades de aprendizagem

O Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) já atinge cerca de 5% das crianças em idade escolar no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a dificuldade de diagnóstico formal ainda limita estimativas, mas especialistas observam um aumento significativo na procura por avaliações e formações voltadas ao tema. 

Paralelamente, a inclusão de alunos neurodivergentes nas escolas cresce de forma acelerada. Dados do Ministério da Educação (MEC) apontam que o número de matrículas de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) passou de 636.202 em 2023 para 918.877 em 2024, alta de 44,4% em apenas um ano.

Para a neuropedagoga Mara Duarte da Costa, diretora pedagógica da Rhema Neuroeducação, o impacto do TDAH não se restringe ao aprendizado, mas se estende à autoestima e à socialização das crianças. “O TDAH não é falta de limites ou indisciplina, como muitos acreditam. Quando o professor domina as práticas adequadas, consegue potencializar o desempenho das crianças com autismo e TDAH, criando um ambiente de aprendizagem mais eficiente e inclusivo”.

De acordo com a especialista, os principais desafios em sala de aula incluem a dificuldade de concentração, a impulsividade e a agitação motora, que comprometem tanto a execução de tarefas quanto a convivência. “Estratégias de neuroeducação, como instruções curtas e claras, reforço positivo, adaptações de prazos, organização visual da rotina e posicionamento estratégico do aluno em sala, têm se mostrado eficazes na redução de prejuízos”, avalia Mara.

Sociedade e capacitação docente

Outro levantamento do IBGE, com base no Censo Demográfico 2022, aponta que o Brasil possui 14,4 milhões de pessoas com deficiência, o equivalente a 7,3% da população com 2 anos ou mais. Já a PNAD Contínua 2022, divulgada pelo governo federal em 2023, estimou 18,6 milhões de pessoas de 2 anos ou mais com algum tipo de deficiência. Esses grupos incluem milhões de estudantes que enfrentam barreiras adicionais no ambiente escolar, reforçando a urgência de práticas pedagógicas inclusivas.

A capacitação docente deve ser entendida como política contínua, e não como treinamentos pontuais. “A inclusão começa com o olhar do professor. Quando há formação, conseguimos romper com o ciclo de exclusão e transformar a sala de aula em espaço de pertencimento e aprendizado real”, ressalta a neuropedagoga.

Cinco dicas práticas para professores lidarem com TDAH em sala de aula, segundo Mara Duarte da Costa:

  1. Estabelecer rotinas visuais: usar quadros ou agendas que organizem as atividades do dia.
  2. Dar instruções curtas e objetivas: dividir tarefas longas em etapas menores e claras.
  3. Valorizar o reforço positivo: reconhecer progressos e conquistas para estimular a motivação.
  4. Oferecer pausas programadas: pequenos intervalos ajudam a reduzir a agitação.
  5. Adaptar prazos e recursos: flexibilizar entregas e usar materiais de apoio visuais ou lúdicos.

“Cada criança com TDAH tem potencial de aprendizagem, mas precisa de condições adequadas para expressá-lo. Quando escola e família trabalham juntas, com empatia e estratégias consistentes, o impacto positivo é visível no desempenho acadêmico e na autoconfiança dos alunos. Se houver continuidade no investimento em capacitação docente e inclusão, nos próximos anos veremos uma geração de estudantes mais preparada, autônoma e confiante em suas próprias habilidades”, finaliza Mara.

Sobre Mara Duarte da Costa

Mara Duarte da Costa é neuropedagoga, psicopedagoga, diretora pedagógica da Rhema Neuroeducação. Além disso, atua como mentora, empresária, diretora geral da Fatec e diretora pedagógica e executiva do Rhema Neuroeducação. As instituições já formaram mais de 90 mil alunos de pós-graduação, capacitação on-line e graduação em todo o Brasil. Para mais informações, acesse instagram.com/maraduartedacosta


Sobre a Rhema Neuroeducação

A Rhema Neuroeducação foi criada por Fábio da Costa e Mara Duarte da Costa há mais de 16 anos com o objetivo de oferecer conhecimento para profissionais da educação e pessoas envolvidas no processo de neuroeducação e desenvolvimento infantil, tanto nas áreas cognitivas e comportamentais, quanto nas áreas afetivas, sociais e familiares. A empresa atua em todo o Brasil e  em mais de 20 países, impactando a vida de milhões de pessoas pelo mundo com cursos de graduação, pós-graduação, cursos de capacitação e eventos gratuitos. Para mais informações, acesse o site https://rhemaneuroeducacao.com.br/.

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