Projeto Centenários, do Instituto CCR, leva exposições inclusivas para estações da ViaQuatro e reforça o compromisso com a democratização do acesso à arte
O cotidiano de quem circula pelo metrô de São Paulo ganhou um novo respiro: arte, literatura e música agora estão presentes em algumas estações da Linha 4-Amarela. A mudança é fruto do Projeto Centenários, uma iniciativa do Instituto CCR que transforma espaços públicos em centros culturais acessíveis, com exposições dedicadas a artistas brasileiros que completam 100 anos.
A Estação Pinheiros exibe uma mostra dedicada a Heitor Villa-Lobos, enquanto a da Luz homenageia Clarice Lispector. As exposições não apenas celebram os legados desses ícones, como também foram pensadas para acolher todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou cognitivas.
Entre os recursos de acessibilidade disponíveis, há audiodescrição e áudio narração das peças expostas para pessoas com deficiência visual, além de interpretação em Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e legendas descritivas nos conteúdos musicais, audiovisuais e nas informações em texto. A linguagem simples, outro recurso de acessibilidade oferecido, facilita a compreensão para pessoas com deficiência intelectual e transtorno do espectro autista (TEA), e o uso de cores de alto contraste e fontes acessíveis melhora a leitura dos materiais para pessoas cegas ou com baixa visão.
A disposição das obras também segue critérios de acessibilidade: os espaços são amplos com boa circulação para pessoas em cadeiras de rodas e as obras estão dispostas de forma que garantam a visibilidade de pessoas de baixa estatura. Elementos táteis convidam o público ao toque, criando experiências sensoriais mais completas, inclusive para crianças e pessoas em fase de alfabetização.
“A iniciativa do Instituto CCR em promover exposições plenamente acessíveis nas estações de metrô é um marco na democratização da cultura. Garantir que todas as pessoas possam vivenciar a arte com plena acessibilidade é essencial para a construção de uma sociedade mais inclusiva”, afirma Nara Monteiro, coordenadora do núcleo de acessibilidade da Escola de Gente, organização responsável pela curadoria em acessibilidade nesta exposição.
Outras três estações já contam com exposições: Candido Portinari (Estação Higienópolis-Mackenzie), Tomie Ohtake (Faria Lima) e Tarsila do Amaral (Oscar Freire). “O Projeto Centenários foi criado para transformar as estações em espaços vivos de cultura e conhecimento. Mais do que homenagens, queremos criar pontos de encontro onde o público possa interagir, se inspirar e se ver representado”, explica Renata Ruggiero, presidente do Instituto CCR.
Sobre a Escola de Gente
A Escola de Gente é uma organização fundada em 2002 pela jornalista Claudia Werneck, no Rio de Janeiro. Já impactou mais de 1,5 milhão de pessoas em 19 países e 24 estados do Brasil, com mais de 100 prêmios recebidos, incluindo 6 da ONU. Atua no Brasil e em outros países desenvolvendo conceitos, metodologias e projetos para tornar a comunicação acessível para todas as pessoas e a sociedade mais inclusiva.
Saiba mais em: escoladegente.org.br
CRÉDITO/IMAGEM: Legenda: Quadro tátil na exposição da Tarsila do Amaral. Créditos: Luciano Avanço