O levantamento é uma realização da parceria entre a Talento Incluir, Instituto Locomotiva e Pacto Global – Rede Brasil para mapear as barreiras que impactam na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho
Dia 21 de setembro é o “Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência” e a Talento Incluir – consultoria pioneira com a missão de trazer dignidade para pessoas com deficiência por meio da empregabilidade- aproveita a proximidade da data para lançar a 2ª edição da pesquisa “Radar da Inclusão: mapeando a empregabilidade de Pessoas com Deficiência”, realizadaem parceria com o Instituto Locomotiva e Pacto Global – Rede Brasil.
Pessoas com qualquer tipo de deficiência, com 18 anos ou mais, podem participar respondendo ao questionário no link (acesse aqui), até dia 18/10/2025.
As respostas apuradas na pesquisa serão analisadas por especialistas e vão ajudar a mapear as principais demandas das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O resultado da pesquisa pode ajudar a fornecer dados que colaboram efetivamente na construção e promoção de políticas públicas, identificação de barreiras que atrapalham a inclusão, criação de um ambiente de trabalho mais justo e seguro, além de ajudar a criar oportunidades para profissionais com deficiência.
Lançada em 2024, a pesquisa foi realizada em nível nacional, com respostas de 1.230 pessoascom 18 anos ou mais, que se declararam com deficiência ou neurodivergência e revelou dados importantes, com destaque os principais achados na ocasião:
- 9 em cada 10 pessoas com deficiência ou neurodivergentes entrevistadas que estão ativamente na força de trabalho já enfrentaram situações de capacitismo no ambiente profissional;
- 63% nunca receberam uma promoção, embora metade das pessoas respondentes empregadas tivessem mais de três anos de empresa;
- 84% já tiveram sua saúde mental / emocional impactada pelo capacitismo no trabalho;
- 76% afirmam que a deficiência não impacta ou impacta positivamente na execução de seus trabalhos. Porém, 60% afirmam que ser uma pessoa com deficiência impacta negativamente nas chances de ter um bom trabalho;
- 82% dos entrevistados que estão trabalhando, entendem que somente a minoria das empresas no Brasil está adaptada para receber pessoas com deficiência;
- 33% dos respondentes que estavam na força de trabalho afirmam que seu ambiente de trabalho na ocasião não era adequado às suas necessidades;
- 83% das pessoas entrevistadas se identificaram como uma pessoa com deficiência ou neurodivergente durante a seleção de uma vaga;
- 47% delas escolheriam ou dariam preferência a vagas exclusivas para pessoas com deficiência ou neurodivergência se estivessem procurando emprego.
Para responder o questionário as pessoas levam cerca de 15 minutos e não é necessário fornecer nome ou contato. É importante destacar que a pesquisa não está vinculada à venda de produtos ou serviços. “Desde o lançamento da primeira edição estamos dando luz aos dados mais expressivos da pesquisa em nossos materiais, artigos, treinamentos e palestras porque a falta de informações sobre a população com deficiência é uma das barreiras que mais impacta negativamente na inclusão. Participar da pesquisa é um ato de cidadania e uma ação afirmativa para reduzir as desigualdades de oportunidades, especialmente no mercado de trabalho. É cumprir nosso papel para ajudar a quebrar essas barreiras capacitistas, destaca a CEO da Talento Incluir, Carolina Ignarra.
O Pacto Global – Rede Brasil foi criado em 2003 e, hoje, é a segunda maior rede local do mundo, com mais de 2.000 mil participantes. Os mais de 60 projetos conduzidos no país abrangem, principalmente, os temas: Água, Oceano, Resíduos, Agricultura, Florestas, Clima, Direitos Humanos e Trabalho, Anticorrupção, Engajamento e Comunicação. Para mais informações, siga @pactoglobalonubr nas mídias sociais e visite nosso website em www.pactoglobal.org.br







Uma resposta
Eu tenho deficiência física severa. Sou pós-graduada e tenho inglês fluente. Só consegui estudar porque minha mãe se aposentou antecipadamente, passando a receber apenas 1/3 do salário, para poder subir os lances de escada comigo no colo.
Na escola, não tinha acesso a mesa que me acomodasse adequadamente, nem a bebedouro, nem a banheiro adaptado.
No meu primeiro emprego, ainda no período de experiência, fui demitida porque a sala era estreita e todos precisavam se levantar e puxar a cadeira para que eu pudesse entrar. Também não havia banheiro acessível, então eu precisava usar o do shopping, o que me fazia gastar 1 hora a mais do meu horário de almoço todos os dias. A justificativa que me deram para a demissão? Que eu era a única pessoa com faculdade.
Na segunda empresa, não respeitavam minhas necessidades fisiológicas específicas, o que me causou piora física irreversível: perdi parte do osso ísquio devido a uma escara tão profunda que atingiu o osso. Como não tenho sensibilidade, a infecção evoluiu para osteomielite, que corroeu o osso. Além disso, desenvolvi um divertículo na bexiga por, repetidamente, ultrapassar o horário do meu procedimento especial de esvaziamento, que leva 40 minutos a cada 3 ou 4 horas.
Eu era a única da área que nunca foi promovida, mesmo sendo a única com a mesma qualificação da minha chefe. Após sete anos como “Administrativo I”, executando as mesmas funções de colegas que eram, no mínimo, analistas, a resposta que recebi foi que eu não era promovida por ser deficiente — e que deveria dar graças a Deus por ter um emprego. Disseram que a cota não prevê promoção. Para pessoas com deficiência perceptível e com muitas necessidades específicas, o emprego só existe por conta da cota.
Já uma funcionária sem deficiência, ao menos perceptível, só porque já estava a quase 1 ano, na área, como era a única sem deficiência e sem promoção, combinaram com todos que mentiram sobre a faculdade dela, já que exigiam faculdade para ser promovido, substituíram no papel, ou seja, fraudaram, a faculdade dela de educação física para economia para ela poder ser promovida. Isso porque estamos falando de uma multinacional!
Neste ano de 2025, descobri que tenho autismo leve. Isso levanta outra questão que deveria ser pesquisada: quantas pessoas com deficiência têm acesso aos testes neuropsicológicos? Seja por não conseguirem se deslocar durante os oito dias necessários, por falta de convênio ou de recursos financeiros, ou ainda pela inexistência de testes em Libras e Braille.