O Movimento Nacional Levante Mulheres Vivas convocou para o domingo 7 atos simultâneos em todo o País, em resposta à escalada dos casos de violência contra as mulheres. Em São Paulo, a concentração será à partir das 13h no Vão Livre do MASP, na Avenida Paulista.
Nesse domingo, 7, mulheres realizam em todo o Brasil manifestação nacional contra o aumento dos casos de feminicídio. O Levante Mulheres Vivas acontece em mais de mais 20 de capitais por todo o Brasil e em outras dezenas de cidades.
Os atos condenam a escalada da violência e pede a criminalização da misoginia, caracterizada como ódio e preconceito às mulheres, como crime de discriminação. A medida foi aprovada no Senado em outubro e segue em tramitação na Câmara dos Deputados. Se aprovado, o Projeto de Lei (PL) 896/2023 vai incluir a misoginia na Lei do Racismo.
A 11ª edição da Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada pelo Instituto de Pesquisa DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, revelou que 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica nos últimos 12 meses. Em 71% dos casos, a agressão ocorreu na presença de outras pessoas — 70% eram crianças, em geral filhos das vítimas.
De acordo com o Ministério das Mulheres, até agora, o país registra dados alarmantes de mais de 1.180 feminicídios somente este ano e quase 3 mil atendimentos diários pelo Ligue 180.
Trinta e três por cento das brasileiras vivenciaram ao menos um episódio, mesmo sem reconhecer o ato como violência. Sobre o ciclo da violência, o levantamento mostrou que 58% das mulheres sofrem violência há mais de um ano, e 38% foram agredidas pela primeira vez antes dos 20 anos.
Para Luciana Trindade, ativista e pessoa com deficiência “a violência contra mulheres chegou ao nível mais brutal dos últimos anos. Estamos vendo feminicídios, tentativas, agressões extremas — e pouca resposta do Estado.
Precisamos reagir. E quero reforçar algo que quase nunca vira manchete: muitas mulheres sobrevivem à violência, mas se tornam mulheres com deficiência por causa dessas agressões. E quando isso acontece, o sistema falha de novo — delegacias sem acessibilidade, falta de intérprete de Libras, ausência de registro adequado, nenhuma política de acolhimento O Levante Mulheres Vivas é para todas. Para as que já não estão aqui. Para as que sobreviveram. Para as que vivem com marcas permanentes. Para as que lutam todos os dias para existir num país que insiste em nos silenciar”.
Confira a agenda das manifestações em todo o Brasil
7/12 (Domingo)
- Pará / Marabá – 18h – Praça da Marabá
- São Paulo / Capital – 13h – Vão Livre do MASP
- Amazonas / Manaus – 17h – Praça do Congresso
- Amazonas / Parintins – 16h30 – Catedral (Centro de Parintins)
- Roraima / Boa Vista – 16h30 – Tribuna em frente à ALE-RR
- Tocantins / Palmas – 17h – Feira do Bosque
- Alagoas / Maceió – 15h – Praça Sete Coqueiros
- Ceará / Fortaleza – 16h – Estátua de Iracema Guardiã / Avenida Beira Mar
- Maranhão / São Luís – 9h – Praça Igreja do Carmo – Feirinha
- Piauí / Parnaíba – 16h – Parnaíba Shopping
- Piauí / Teresina – 17h – Praça Pedro II
- Rio Grande do Norte / Natal – 9h – Mercado da Redinha
- Pernambuco / Recife – 14h – Rua da Aurora, ginásio Pernambuco
- Sergipe / Aracaju – 8h30 – Arcos da Orla
- Paraíba / João Pessoa – 15h – Busto de Tamandaré
- Distrito Federal / Brasília – 10h – Feira da Torre de TV
- Goiás / Goiânia – 15h – Praça Universitária
- Mato Grosso do Sul / Campo Grande – 9h – Avenida Afonso Pena (esquina com a 14 de Julho)
10/12 (Quarta-feira)
- Pará / Santarém – 17h30 – Praça Tiradentes
14/12 (Domingo)
- Bahia / Salvador – 10h – Barra (Cristo ao Farol)
Agendas e eventos podem ser alterados, de acordo com a organização
