Minhas duas maiores surpresas no III Encontro Brasileiro de Autodefensores

Minhas duas maiores surpresas no III Encontro Brasileiro de Autodefensores - OPINIÃO - * Por Marta Almeida Gil

OPINIÃO

  • * Por Marta Almeida Gil

De 19 a 22 de novembro aconteceram três eventos simultâneos em Campinas, SP: o III Encontro Brasileiro de Autodefensores, o IX Congresso Brasileiro de Síndrome de Down e o VII Congresso Iberoamericano de Síndrome de Down.

Vou contar minhas surpresas do dia 19, quando participei do III Encontro Brasileiro de Autodefensores, começando pelo título provocativo: “Tenho síndrome de Down e daí?”

Tudo começou com a entrada no local do evento: embora estivesse muito cheio, o processo de inscrição foi rápido e organizado.

Ao entrar no auditório, os telões exibiam as logomarcas dos patrocinadores, apoiadores, correalizadores; a realização era da FBASD – Federação Brasileira de Associações de Síndrome de Down, Fundação Síndrome de Down e FIADOWN – Asociación Iberoamericana de Síndrome de Down.

A capacidade de mobilização dos organizadores também chamou minha atenção: de manhã havia aproximadamente 300 pessoas, à tarde a estimativa era de aproximadamente 600 e, nos dias seguintes, 1.200!

Assim que entrei, constatei a acessibilidade do local: afinal, com tantos anos trabalhando na área, esse olhar já é automático.

Reencontrar jovens com síndrome de Down que não via há anos, vê-los no palco com a maior segurança, dançando, jogando capoeira e maculelê, interpretando o Hino Nacional em Libras ou sendo Mestre de Cerimônia, circulando pelos corredores em grupinhos, com seus amigos me deu orgulho e alegria. Ganhar abraços deles, de outros amigos, tirar fotos e rever David Rodrigues, português que já é brasileiro – mais alegria!

Como se tudo isso não bastasse…

Minhas duas maiores surpresas foram o número expressivo de homens no auditório que, além de sua presença, estavam participando e cuidando dos filhos! Havia crianças bem pequenas, começando a andar e eles estavam atentos, acompanhando seus passinhos hesitantes pelos corredores ou carregando-as no colo. Estava claro que isso fazia parte de seu cotidiano.

Vi que a participação da sociedade civil organizada e o Poder Público unidos – sim, o prefeito de Campinas, cidade com 1 milhão e duzentos mil habitantes também estava lá – são capazes de gerar: Inclusão, Protagonismo, Afeto, Acessibilidade, Alegria, Samba no pé, Cidadania e Participação.

Voltei para São Paulo com o coração em festa: os novos tempos já estão aqui!

  • * Marta Almeida Gil é Socióloga, Fundadora e Coordenadora Executiva do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas; Fellow da Ashoka Empreendedores Sociais; consultora; palestrante, autora.

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