Neurocirurgiã explica o impacto da pressão intracraniana na saúde cerebral e como o diagnóstico precoce pode evitar complicações graves.
Chico Buarque, de 80 anos, passou por uma delicada cirurgia para reduzir a pressão intracraniana, depois de um diagnóstico feito durante um check-up de rotina. O cantor não havia apresentado sintomas e estava sem queixas relacionadas a qualquer problema neurológico antes da descoberta. A cirurgia teve como objetivo aliviar a pressão sobre o cérebro, evitando danos sérios à saúde.
O que é pressão intracraniana?
A neurocirurgiã e especialista no assunto, Dra. Danielle de Lara, explica que pressão intracraniana ocorre quando há um desequilíbrio no volume do líquor, ou seja, o fluido que protege o cérebro, o sangue e o tecido cerebral dentro da caixa craniana. “O aumento dessa pressão pode comprimir o cérebro, afetando suas funções vitais e podendo levar a complicações graves. O aumento da pressão intracraniana pode ser causado por diversos fatores, como inflamações, sangramentos ou o acúmulo excessivo de líquor. Quando não tratado, esse aumento de pressão pode resultar em declínio cognitivo, perda de mobilidade e até incontinência urinária”, pontua.
Como a cirurgia pode ajudar?
A cirurgia realizada no cantor Chico Buarque foi planejada para aliviar a pressão intracraniana. “A intervenção é essencial para reduzir o risco de danos cerebrais irreversíveis, e quando realizada de maneira precoce, como no caso de Chico, as chances de uma recuperação plena são muito maiores”, afirma a Dra. Danielle.
A importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce de problemas relacionados à pressão intracraniana é fundamental para evitar complicações graves. A Dra. Danielle de Lara enfatiza que é importante que a população esteja atenta a alguns sinais, mesmo que sejam sutis, para buscar ajuda médica rapidamente.
“Alguns sintomas comuns incluem dores de cabeça fortes e persistentes, náuseas, vômitos, dificuldades de visão, perda de equilíbrio, sonolência excessiva, e até dificuldades cognitivas. Se qualquer um desses sintomas aparecer de forma recorrente, é essencial procurar um médico para realizar exames. O diagnóstico precoce pode evitar consequências mais graves, como danos cerebrais permanentes”, alerta a especialista.
Ela também destaca a importância de manter um acompanhamento regular com médicos, especialmente para pessoas que já têm histórico de problemas neurológicos, hipertensão ou que passaram por cirurgias cranianas anteriores.“Quanto mais rápido o problema for identificado, maior a chance de tratá-lo com sucesso e sem deixar sequelas irreversíveis. A detecção precoce pode fazer toda a diferença para a qualidade de vida do paciente”, conclui Dra. Danielle.