Pesquisa inédita revela cenário da inclusão das pessoas com deficiência visual no Brasil e reforça o papel da Fundação Dorina Nowill para Cegos

Pesquisa inédita revela cenário da inclusão das pessoas com deficiência visual no Brasil e reforça o papel da Fundação Dorina Nowill para Cegos

Levantamento nacional da Ipsos-Ipec, encomendado pela entidade, revela os principais desafios, demandas e prioridades para a plena participação dessas pessoas na sociedade

O caminho para a inclusão plena de pessoas com deficiência visual no Brasil enfrenta barreiras significativas, mas também aponta caminhos claros para avançar. É o que revela a pesquisa nacional inédita “Deficiência visual no Brasil: Panorama da Inclusão” conduzida pela Ipsos-Ipec, a pedido da Fundação Dorina Nowill para Cegos, que ouviu 402 pessoas cegas e com baixa visão atendidas em 54 instituições públicas e privadas em todo o país e 200 representantes de 74 instituições, além de uma fase qualitativa com esse último público. O levantamento traça um panorama detalhado da realidade vivida por essa população, identificando desafios urgentes e prioridades para a construção de uma sociedade mais acessível e equitativa.

O estudo qualitativo consolida a Fundação Dorina como uma das principais referências nacionais em inclusão e acessibilidade, reconhecimento amplamente citado pelos representantes das instituições que participaram de grupos de discussões ao longo da pesquisa. A expertise da instituição na produção de livros em braille, materiais acessíveis e na formação técnica foi frequentemente destacada, sendo considerada como parceira estratégica para capacitação e formação de profissionais e apoio técnico para acesso a editais de financiamento e desenvolvimento de recursos, bem como para a elaboração de projetos.

Entre os serviços e atendimentos de maior procura identificados pelos profissionais ouvidos na etapa quantitativa, destacam-se as relacionadas à autonomia e independência: ações de orientação e mobilidade são os serviços mais demandados (50% das menções). Cursos de formação, educação e capacitação profissional, incluindo cursos de informática, braille e tecnologias assistivas vêm logo em seguida (46% das menções).

Embora, segundo os representantes das instituições participantes da pesquisa, os leitores de tela e recursos de informática sejam as tecnologias mais disponíveis para os usuários (54% das menções), o atendimento ainda enfrenta desafios significativos. As filas de espera (43%), e as dificuldades na mobilização do público (46%), permanecem como obstáculos constantes na prestação desses serviços.     

A falta de acessibilidade nos espaços públicos é apontada como a principal barreira por pessoas com deficiência visual (73%). O serviço considerado mais essencial para a inclusão dessas pessoas é a infraestrutura urbana — como calçadas adequadas e sinais sonoros — mencionada por 41% dos respondentes. 

Nesse mesmo levantamento, a mobilidade urbana e o transporte surgem como as áreas com maior necessidade de recursos adaptados (36%), seguido de trabalho (11%), educação (7%) e acesso a meios digitais (7%), áreas essenciais para a inclusão plena. 

Tecnologias e recursos assistivos já fazem parte da rotina das pessoas cegas e com baixa visão: bengala longa (66% das menções), pisos táteis (52%) e leitores de tela (48%) são amplamente utilizados. No ambiente escolar ressaltam a capacitação de professores (70%) e materiais didáticos adequados (64%) como recursos essenciais para melhorar as condições de acesso. Para se informar sobre serviços e direitos, a maioria recorre às redes sociais (33%), sites de notícias (23%) e, principalmente, ao ‘boca a boca’ (20%).

Um ponto crucial destacado pelas pessoas com deficiência visual neste estudo é a necessidade de fiscalização das leis de acessibilidade e do Estatuto da Pessoa com Deficiência, considerada prioritária por 26%. Para as instituições que atendem a essa população, a falta de recursos financeiros surge como o principal obstáculo (57%), seguido da dificuldade de acesso à melhoria de infraestrutura e aquisição de equipamentos (40%) e da carência de profissionais qualificados (29%) e impactando na ampliação de programas.

Com sua trajetória consolidada e reconhecida, a Fundação Dorina segue como um modelo inspirador de inovação social e compromisso com a inclusão, atuando para transformar a realidade das pessoas com deficiência visual em todo o país.

Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos

A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico. Há mais de 7 décadas se dedica à inclusão social de crianças, jovens, adultos e idosos cegos e com baixa visão. A instituição oferece serviços gratuitos e especializados de habilitação e reabilitação, dentre eles orientação e mobilidade e clínica de visão subnormal, além de programas de inclusão educacional e profissional. 

Responsável por um dos maiores parques gráficos braille em capacidade produtiva da América Latina, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é referência na produção e distribuição de materiais nos formatos acessíveis braille, áudio, impressão em fonte ampliada e digital acessível, incluindo o envio gratuito de livros para milhares de escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil. 

A instituição também oferece uma gama de serviços em acessibilidade, como cursos, capacitações customizadas, audiodescrição e consultorias especializadas como acessibilidade arquitetônica e web. Com o apoio fundamental de colaboradores, conselheiros, parceiros, patrocinadores e voluntários, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é reconhecida e respeitada pela seriedade de um trabalho que atravessa décadas e busca conferir independência, autonomia e dignidade às pessoas com deficiência visual. 

Mais detalhes aqui no site.

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