Debates sobre educação, trabalho e sustentabilidade marcaram o encontro que revela iniciativa e dados sobre a inclusão produtiva de jovens do Sul Global
O segundo dia do GOYN Global Convening 2025 aprofundou os debates sobre como transformar as experiências em políticas e práticas globais de inclusão produtiva. Os mais de 130 jovens de 16 comunidades (Argentina, Colômbia, El Salvador, Haiti, Índia, Itália, Quênia, México, Peru, Ruanda, Senegal, África do Sul, Tanzânia, Estados Unidos), visitaram organizações sociais que são referência na inclusão produtiva das juventudes periféricas — Projeto Amigos da Comunidade (PAC), Espro (Ensino Social Profissionalizante), Instituto da Oportunidade Social (IOS), SENAI e Escola Estadual Padre Antão —, e puderam vivenciar de perto soluções locais voltadas à saúde mental, equidade racial e de gênero, educação, inovação tecnológica e empregos verdes. Os participantes reuniram novamente no Centro Cultural Olido para discutir como essas iniciativas territoriais podem inspirar novas estratégias de impacto coletivo em diferentes comunidades do Sul Global.
Na primeira parte do dia, o público presente participou de mais uma rodada de painéis que discutiam simultaneamente as soluções das temáticas trazidas no dia anterior. Em destaque, o painel ‘Conectando Educação e Trabalho: Enfrentando a Evasão, a Reconexão e as Lacunas de Informação’, especialistas do Brasil, Índia e Senegal destacaram a importância de prevenir a desconexão dos jovens da escola e do mercado de trabalho.
As propostas debatidas foram compartilhadas em um plenário, que marcou a apresentação integrada das propostas e soluções debatidas pelos diferentes painéis ao longo do dia. Entre as iniciativas apresentadas, teve a importância de fortalecer políticas e programas que atendam às demandas reais dos jovens — desde o acesso à prevenção em saúde mental e atividades extracurriculares até o uso estratégico da tecnologia como ferramenta de inclusão e aprendizado. Também foi destacado o papel do comportamento e das dinâmicas sociais como barreiras que precisam ser enfrentadas, reforçando a necessidade de escuta ativa e conexão entre jovens e seus territórios.
Nas discussões sobre empregabilidade e futuro do trabalho, destacou-se o incentivo à criação de oportunidades locais. Foram debatidos os desafios e as oportunidades trazidos pela inteligência artificial, que pode tanto gerar novos empregos quanto ampliar desigualdades se não houver políticas de inclusão. Já no campo dos empregos verdes, ressaltou-se a importância de compreender as especificidades regionais e econômicas, criar políticas públicas que fomentem esse tipo de trabalho e garantir financiamento e parcerias entre governos, empresas e juventude.
Na rodada de workshops de soluções, alguns se destacaram. “Mudando Perspectivas para o Sucesso da Força de Trabalho” – destacou como a geração Z tem levado as empresas a repensarem comunicação, cultura e gestão, trazendo energia e novas perspectivas, mas também revelando dificuldades de integração. Já no painel “Empregos Verdes: Juventude, Inclusão e Desenvolvimento Sustentável”, foi destacado como Índia e Colômbia estão unindo sustentabilidade, inclusão e geração de trabalho para impulsionar o desenvolvimento. Paola lembrou que “não há como falar de justiça climática sem enfrentar as desigualdades que afetam nossa juventude”.
Outra perspectiva importante abordada nas conversas, foi a importância de políticas que enfrentam barreiras interseccionais de raça, gênero e território garantindo que as ações afirmativas junto aos jovens-potência sejam verdadeiramente inclusivas. Os participantes defenderam que é preciso ir além da geração de empregos, promovendo acesso à riqueza, poder e autonomia econômica por meio de modelos de propriedade comunitária e parcerias que conectem jovens de áreas rurais e urbanas desassistidas a oportunidades reais de trabalho e formação.
No segundo dia, também foram divulgados dados que reforçam o impacto da rede GOYN para a inclusão produtiva de jovens no Brasil. Com a apresentação da Avaliação de Impacto do Juventudes Potentes, realizada com 600 jovens de 16 a 29 anos, mostrou aumento de 72% na renda média mensal, de R$ 912,06 para R$ 1.567,26, e redução de 74% para 39% no número de jovens fora do mercado de trabalho. A pesquisa também revelou que 74% dos jovens empregados atuam com carteira assinada, superando a média nacional, e que três em cada quatro seguem estudando, metade no ensino superior. Já o estudo Empresas Potentes, realizado com oito empresas e organizações parceiras, apontou que negócios que integram inclusão produtiva em suas estratégias — com metas de diversidade e acompanhamento próximo das lideranças — alcançam melhores resultados em engajamento e retenção de jovens.
Sobre United Way Brasil
Integramos o ecossistema da United Way, a maior organização de filantropia e sem fins lucrativos do mundo, fundada há mais de 130 anos nos EUA, formada por pessoas e organizações de mais de 37 países. No Brasil, desde 2001, articulamos diferentes setores para atender às necessidades urgentes das populações mais vulneráveis e realizamos programas sustentáveis, de longo prazo, que buscam promover impacto sistêmico com foco no desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos (primeira infância) e na inclusão produtiva de jovens de 15 a 29 anos.
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Sobre Juventudes Potentes
Integramos o Global Opportunity Youth Network (GOYN), liderado mundialmente pelo Instituto Aspen (EUA), movimento que atua com base na metodologia Impacto Coletivo, contando com a cooperação de jovens, empresas, governos e organizações da sociedade civil, a fim de criar oportunidades de desenvolvimento para pessoas e suas comunidades. Estamos em São Paulo, desde 2020, formando uma rede com mais de 80 instituições que assumiram o compromisso de incluir produtivamente 100 mil jovens-potência até 2030. Essa rede foi articulada e é mantida pela United Way Brasil (UWB), que acolheu o Juventudes Potentes como parte de sua estratégia institucional para apoiar a transformação da realidade das juventudes brasileiras.
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CRÉDITO/IMAGEM: GOYN Global Convening 2025 recebe mais e 350 participantes de 16 comunidades do Sul Global | Foto: Oxigene