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  • qui. nov 21st, 2024
Confira Como Foi O Festival Digital De Acessibilidade

Link: festival digital de acessibilidade ocorreu dos dias 8 a 11 de agosto, trazendo diversos especialistas no assunto como palestrantes. O evento, que está em sua 5ª edição, é organizado anualmente pela Hand Talk. A startup, fundada em Maceió, tem como missão quebrar barreiras de comunicação entre pessoas surdas e ouvintes por meio da tradução automática em Línguas de Sinais.

Em 2022, o festival teve como tema central o protagonismo das pessoas com deficiência, também presente no slogan Identidades que transformam o mundo. O evento foi dividido em quatro trilhas: Transformação Digital, Influência e Criatividade, Identidades Protagonistas e Evolução. Cada uma delas abordou a importância da acessibilidade nesses espaços, além de recomendações e tendências que as empresas devem estar atentas para terem sucesso.

O destaque do primeiro dia ficou por conta do painel “A tecnologia como ferramenta de inclusão”. Nele, os palestrantes discutiram como o futuro está sendo escrito por linhas de código e como a tecnologia torna a vida possível para todas as pessoas. Segundo o painel, diversidade e inclusão são conceitos muito difíceis de serem aplicados no Brasil, um país com inúmeros problemas estruturais e poucas oportunidades para a maioria da população. As empresas e a tecnologia precisam então fazer o papel delas como potencializadoras de espaços seguros e acessíveis, para incentivar a diversidade e inclusão na nossa sociedade. 

“Precisamos de pessoas diversas na tecnologia para conseguir criar tecnologias para todas as pessoas. Sem uma pessoa com baixa visão em um time, por exemplo, ninguém vai pensar em como fazer um produto que abarque todo mundo. As pessoas ficam muito presas dentro das suas próprias jornadas, por isso precisamos de diversidade para que os produtos sejam desenvolvidos com várias perspectivas”, reflete Mariana Pezarini, COO da Programaria e mediadora do painel.

O segundo dia, voltado para as áreas de comunicação e marketing, recebeu Ana Clara Schneider, fundadora da Sondery Acessibilidade Criativa, para falar sobre “O processo criativo através da acessibilidade”. A palestra conta a mudança de cultura pela qual o mercado vem passando. Com a popularização do consumo consciente, as pessoas consumidoras preferem escolher marcas com as quais elas se identificam. Por conta disso, é cada vez mais importante trazer a acessibilidade para a comunicação e para a televisão. Ações desse tipo aumentam a representatividade de pessoas com deficiência no meio audiovisual, o alcance que as marcas têm, e potencialmente também aumenta suas conversões em vendas.

Ana Clara ressalta que “precisamos pensar na acessibilidade como parte integral do processo criativo, não como a etapa final. Precisamos considerá-la como mais um elemento integrante da peça e não anexo”.

A trilha de Identidades Protagonistas, que ocorreu no terceiro dia do evento, focou nas questões de liderança e gestão em relação às pessoas com deficiência. Antonio Campos de Abreu, Diretor Presidente da FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), contou um pouco de sua trajetória como líder, e falou das dificuldades que pessoas surdas enfrentam no mercado de trabalho. De acordo com o que ele diz em sua palestra “Liderança inclusiva”, as protagonistas das lideranças das pessoas com deficiência que lutam por inclusão, são elas mesmas. 

“É uma grande luta para as pessoas surdas terem acesso à educação. Não só a básica, mas universidades, pós, e mestrados. O problema não está na pessoa surda, e sim nas empresas que não são acessíveis para recebê-la por falta de acessibilidade em Libras”, comenta Antonio.

Por fim, a última palestra do Link, dentro da trilha de Evolução, ficou por conta de Marcelo Sales, CEO da Tudo é Acessibilidade. Em sua fala, ele começa com o questionamento “E se a gente utilizasse o multiverso para encontrar acessibilidade no metaverso?”. Apesar da ideia de metaverso ser antiga, tendo sido apresentada pela primeira vez em 1992, pouco se fez em relação a avanços em acessibilidade nesse espaço. Por conta disso, Marcelo faz a provocação “será que vamos precisar do multiverso para ir “buscar” acessibilidade para o metaverso? Estamos em 2022. Temos materiais suficientes para construir mundos verdadeiramente acessíveis e inclusivos para todas as pessoas, só não estamos fazendo isso”.

O Link 2022 contou com diferentes recursos de acessibilidade em sua transmissão, como intérpretes de Libras, audiodescrição e legendas em tempo real. No festival ainda foi possível assistir outras apresentações com temas muito relevantes para o cenário atual da acessibilidade, que estão disponíveis no canal do YouTube da Hand Talk

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