Com o início de nova gestão e equipes no governo em âmbitos federal e estadual, e ainda pela celebração neste mês de janeiro do dia Mundial do Braile (4), é novamente oportuno falar sobre o mais eficiente mecanismo de escrita e leitura para pessoas com deficiência visual: o sistema Braille.
O Brasil tem desafios na alfabetização, na formação do leitor e na oferta de recursos acessíveis às pessoas com deficiência visual. Estudo científico da UnB (Universidade de Brasília), de 2015, aponta que 74% dos mais de 500 mil cegos do País ainda são analfabetos, incluindo os que não sabem ler em braille, ou outro método, e os que não possuem certificação escolar. 13% concluíram o ensino médio e 11% os ensinos básicos e fundamental. De acordo com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, o Brasil tem 506 mil cegos e 6 milhões de pessoas com baixa visão.
Posto esse cenário, vale a reflexão sobre o acesso ao ensino do braille e onde está presente, já que é imprescindível para a inclusão social. Locais comuns como mercados, farmácias, hospitais, restaurantes, parques e lojas comerciais ainda estão distantes dessa proposta.
Por que o braille?
O Dia Mundial do Braille é celebrado de forma universal e foi idealizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2018. Que assim, possamos continuar vencendo barreiras, em um mundo com cerca de 39 milhões de pessoas cegas e 246 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência leve ou severa na visão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Há quase dois séculos, na França, Louis Braille criava um método de escrita e leitura que – exceto alguns pequenos ajustes – permanece basicamente o mesmo até hoje. Ele é reconhecido como o instrumento mais preciso e eficaz para que os que já nasceram cegos ou perderam a visão nos primeiros anos de vida sejam alfabetizados e formem conceitos sobre seres, objetos, formas e realidades utilizando-se desse sistema. E, mesmo quase 200 anos depois de sua criação, nenhuma tecnologia ainda substitui o sistema braille – não há outro recurso capaz de alfabetizar as pessoas com deficiência visual.
O trabalho da Fundação Dorina Nowill para Cegos
A Fundação Dorina Nowill para Cegos, em conjunto com a Fundação LEGO, possui iniciativas como o LEGO Braille Bricks, kit composto por peças de LEGO com o alfabeto em Braille completo, números de 0 a 9, além de símbolos matemáticos e pode ser usado pelas crianças com ou sem deficiência, com o intuito de incentivar o aprendizado e inclusão.
E lançou recentemente em conjunto com o Instituto Mauricio de Sousa a coleção “Dorinha pelo Brasil – Inclusão sem barreiras”, em que a primeira personagem com deficiência visual da Turma da Mônica embarca em uma viagem pelo Brasil para ensinar inclusão e acessibilidade, em cinco mil kits impressos contendo livros em braille e audiolivros.
A Fundação Dorina mantém ainda a maior gráfica braille da América Latina em capacidade de produção.
Sobre a Fundação Dorina Nowill para Cegos
A Fundação Dorina Nowill para Cegos é uma organização sem fins lucrativos e de caráter filantrópico. Há 76 anos se dedica à inclusão social de crianças, jovens, adultos e idosos cegos e com baixa visão. A instituição oferece serviços gratuitos e especializados de habilitação e reabilitação, dentre eles orientação e mobilidade e clínica de visão subnormal, além de programas de inclusão educacional e profissional.
Responsável por um dos maiores parques gráficos braille em capacidade produtiva da América Latina, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é referência na produção e distribuição de materiais nos formatos acessíveis braille, áudio, impressão em fonte ampliada e digital acessível, incluindo o envio gratuito de livros para milhares de escolas, bibliotecas e organizações de todo o Brasil.
A instituição também oferece uma gama de serviços em acessibilidade, como cursos, capacitações customizadas, sites acessíveis, audiodescrição e consultorias especializadas. Com o apoio fundamental de colaboradores, conselheiros, parceiros, patrocinadores e voluntários, a Fundação Dorina Nowill para Cegos é reconhecida e respeitada pela seriedade de um trabalho que atravessa décadas e busca conferir independência, autonomia e dignidade às pessoas com deficiência visual. Mais detalhes: Link.