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OPINIÃO: Comunicando com respeito: termos corretos para uma conversa inclusiva e empática

OPINIÃO: Comunicando com respeito: termos corretos para uma conversa inclusiva e empática. * Por Rita de Cássia Rizzo
  • * Por  Rita de Cássia Rizzo

Comunicar de forma inclusiva é uma prática essencial no mundo diversificado em que vivemos hoje. A escolha cuidadosa das palavras e termos que usamos pode ter um impacto profundo na maneira como as mensagens são recebidas e interpretadas por diferentes públicos. 

Nesse contexto, entender e adotar os termos corretos para uma comunicação mais inclusiva não é apenas uma questão de cortesia, mas também um passo crucial em direção a uma sociedade que valoriza a diversidade, a igualdade e o respeito por todas as pessoas, independentemente de sua origem, identidade de gênero, orientação sexual, capacidade ou qualquer outra característica.

O primeiro passo dessa jornada de aprendizado é reconhecer a importância de utilizar os termos apropriados, pois a linguagem inclusiva pode fortalecer nossas relações interpessoais, impulsionar a aceitação e promover um diálogo mais aberto e acolhedor.

Para começar, qualquer menção a situações de deficiências, incapacidades ou quadros patológicos devem ser sem tom de piedade. A pessoa com deficiência tem nome, sobrenome e precisa ser respeitada, por isso trouxe exemplos de palavras e expressões que não devem ser usadas se desejamos estabelecer uma comunicação mais empática quando o assunto é inclusão.

Pessoa com deficiência
A expressão pessoa com deficiência é mais adequada, pois não disfarça a existência de uma diferença. É também o termo utilizado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pelo Instituto Rodrigo Mendes, referência nesse assunto no Brasil. 

Não se refira a uma pessoa com deficiência como deficiente, portador de deficiência ou pessoa com necessidades especiais. Jamais use termos pejorativos, como defeituoso ou inválido. Falar “ele é deficiente, mas é ótimo aluno” denota o preconceito. 

Deficiência intelectual
Desde a Declaração de Montreal sobre Deficiência Intelectual em 2004, deficiência intelectual é a expressão que deve ser usada ao invés de deficiência mental. Termos como deficiente mental, doente mental, criança excepcional, pessoa com deficiência mental, deficiência mental também são considerados inadequados.

Pessoa que usa cadeira de rodas

Os termos corretos são pessoa em cadeira de rodas ou pessoa que usa cadeira de rodas. Coloquialmente, pode-se falar cadeirante.

Não use termos que evoquem piedade, tal como “preso à cadeira de rodas”. 

Aluno com deficiência
É a maneira mais adequada para se referir genericamente aos estudantes com deficiência. Não fale “aluno normal”, pois sugere que a deficiência é algo anormal. Diga aluno ou pessoa sem deficiência.

Deficiência visual
Refere-se à perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da visão. Quando não souber especificar se é caso de perda total, pouquíssima capacidade de enxergar ou baixa visão, fale pessoa com deficiência visual. Não use deficiente visual. 

Já para os casos de cegueira, use cego ou pessoa cega. Nunca use ceguinho.

Deficiência auditiva
Quando a deficiência auditiva é total, o correto é surdo ou surdez. Já quando é parcial, use  pessoa com deficiência auditiva. Jamais fale surdinho ou mudinho. O diminutivo denota preconceito. 

No mais, não use surdo-mudo. Alguns surdos só não se comunicam pela fala porque não aprenderam a falar como os ouvintes.

  • * Rita de Cássia Rizzo, sócia-mantenedora, diretora pedagógica da Escola Nane, Licenciada em pedagogia pela Universidade Mackenzie e formada pelo Cogeae-PUC/SP. 

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