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  • qui. maio 2nd, 2024

PNAD 2022 revelou uma estimativa de 18,6 milhões de pessoas com deficiência no Brasil

PNAD 2022 revelou uma estimativa de 18,6 milhões de pessoas com deficiência no Brasil - OPINIÃO - Por Profª Drª Sueli Yngaunis

OPINIÃO

  • * Por Profª Drª Sueli Yngaunis

A primeira pesquisa que produziu dados específicos sobre pessoas com deficiência, que antes só apareciam nos Censos Demográficos, foi a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD): Pessoas com Deficiência 2022, revelou que 8,9% da população brasileira, de 2 anos ou mais, possuem deficiência, A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD é um sistema de pesquisas domiciliares que tem como objetivo produzir informações básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do Brasil. que foi fruto de um Termo de Execução Descentralizada entre a Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (SNDPD/MDHC) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


A pesquisa mostrou que a maior parte desta população,10,3%, está na região Nordeste, seguidos pelas regiões Sul (8,8%), Centro-Oeste (8,6%), Norte (8,4%) e Sudeste (8,2%). As mulheres representam 57,5%.

Essa pesquisa revelou que a parcela dessa população que está inserida nas escolas e no mercado de trabalho ainda é muito pequena, apesar da taxa de crescimento do número de matrículas de alunos com deficiência segundo os Censos da Educação Básica e da Educação Superior realizados anualmente pelo INEP que, no período de 2013 a 2022, foi de 307% na Educação Infantil, 81% no Ensino Fundamental, 329% no Ensino Médio e 173% na Educação Superior.

Vejamos os números da educação quando comparados à pessoas sem deficiência:
Taxa de analfabetismo

Pessoas com deficiência: 19,5%
Pessoas sem deficiência: 4,1%

Pessoas com 25 anos que não completaram a educação básica:
Pessoas com deficiência: 63,3%
Pessoas sem deficiência: 29,9%

Concluíram o Ensino Médio:
Pessoas com deficiência: 25,6%
Pessoas sem deficiência: 57,3%


Concluíram o Ensino Superior:
Pessoas com deficiência: 7%
Pessoas sem deficiência: 20,9%

Ainda existe desigualdade nos números relacionados à educação, sendo esta a primeira pesquisa do IBGE a produzir informações específicas sobre pessoas com deficiência, considero relevante acompanhar as próximas edições para mensurarmos a evolução desses números. Os esforços, para promoção da educação inclusiva, que estão sendo empreendidos devem contribuir para a diminuição dessa desigualdade, pois o impacto sobre a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho continuará sendo prejudicada, uma vez que a baixa escolarização dificulta o acesso à renda.

Medidas para a promoção contínua da educação inclusiva, com investimentos em tecnologia assistiva, capacitação de professores, e fornecimento do atendimento educacional especializado podem contribuir para a diminuição da diferença entre os números da PNAD 2022, que mostram a taxa de ocupação das pessoas com deficiência (25,9%) e das pessoas sem deficiência (60,7%) no mercado de trabalho, possa diminuir, sendo que 55% das pessoas com deficiência que trabalham, estão em situação de informalidade.

Profª Drª Sueli Yngaunis atuou como professora no ensino superior por 22 anos, e coordenou o Núcleo de Acessibilidade de uma universidade. Atualmente dedica-se ao estudo e produção de conteúdos relacionados à inclusão de pessoas com deficiência, e atua como terapeuta e mentora.

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