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  • qui. nov 21st, 2024

Operadora admite que ‘operacionalmente’ não atenderá acordo anunciado por Lira

Operadora admite que 'operacionalmente' não atenderá acordo anunciado por Lira

Executivo da AMIL afirma em reunião na ALESP, que ‘operacionalmente’ não há condições de se reverterem os milhares de cancelamento já efetuados

Permanece o impasse e a inseguranças para milhares de pessoas que possuem convênios médicos e receberam o comunicado de que as operadoras estarão cancelando os contratos por prejuízo causado pelos convenientes.

Nesta terça-feira, 28, o Presidente da Câmara dos Deputados Arhur Lira anunciou pelas redes sociais que “em reunião realizada agora há pouco com representantes do setor, acordamos que eles suspenderão os cancelamentos recentes relacionados a algumas doenças e transtornos”.

A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) admitiu em nota que confirmou o acordo para reverter os cancelamentos unilaterais de planos de saúde. Em nota, a associação afirmou que serão revistos os cancelamentos dos serviços a pessoas em tratamento de doenças graves e do TEA (Transtorno do Espectro Autista) e que ficam suspensos novos cancelamentos unilaterais de planos coletivos por adesão. “Nosso papel agora é continuar o diálogo com o objetivo de assegurar a milhões de brasileiros condições para o acesso e para o bom atendimento no sistema de saúde suplementar”.

Já a Assessoria de Comunicação da Deputada Estadual Andrea Werner, de São Paulo, que preside a Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência, afirmou que “o acordo anunciado ontem após a reunião do presidente da Câmara com representantes das operadoras de planos de saúde, na prática, pouco diz a que veio. Sobretudo porque não há nada formalizado no papel, com prazos, e critérios bem definidos para sabermos qual operadora vai ou não reverter cancelamentos ocorridos nos últimos meses aos milhares. E isso nos ficou muito claro ontem na Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência da Alesp ao ouvirmos o representante da quarta maior operadora do país, a Amil, afirmar que “operacionalmente” não há condições de se reverterem os milhares de cancelamento já efetuados até aqui mesmo depois do acordo firmado horas antes com o presidente da Câmara. Ele também deixou claro que a Amil não considera autistas como “pacientes em tratamento”.

A parlamentar ainda afirmou que “só o meu mandato recebeu, nesses últimos meses, denúncias de ao menos 250 cancelamentos unilaterais só dessa operadora e todos referentes a pessoas em tratamento. Por que o acordo de ontem não contempla também casos como esses? De todo modo, se é para avançarmos em alguma frente, isso não deve, em absoluto, impedir ou minimizar qualquer ímpeto de investigação que se coloca, justamente neste momento, por parte da Câmara Federal, da Alerj e da Alesp, com pedidos de CPI que apuram justamente esses cancelamentos arbitrários promovidos pelas operadoras de planos de saúde nosso país”.

Werner disse que “a Alesp analisa o pedido de CPI que protocolamos semana passada e que já conta com a adesão de 58 parlamentares, ou mais de 61% de composição da Casa, com praticamente todos os partidos. Essa pressão não vai acabar, mesmo porque as denúncias não param de chegar até nós. Precisamos de soluções, mas precisamos de soluções definitivas. E mais que isso, precisamos entender a fundo por que o setor, mesmo com lucros operacionais bilionários, decide quem ele mantém, e quem ele corta”.

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