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  • sáb. nov 23rd, 2024

ANAPcD vai a Justiça sobre comentários discriminatórios contra PcD em podcast

ANAPcD vai a Justiça sobre comentários discriminatórios contra PcD em podcast

Associação aguarda manifestação do Tribunal de Justiça de São Paulo em Ação Civil Pública ajuizada contra participantes de podcast que discriminaram pessoas com deficiência. Sergio Habib, presidente da JAC Motors é o principal alvo da ação

O Diário PcD vem repercutindo os comentários feitos durante transmissão do PrimoCast 330 – O que está acontecendo com o preço dos carros?. Participaram da transmissão os convidados o jornalista Boris Feldman e Sergio Habib, presidente da Jac Motors do Brasil. Kaique Torres de Limas e Lucas Zafra Medreiros foram os mediadores. O canal é de responsabilidade de Thiago Nigro.

O que as pessoas com deficiência conquistaram ao longo de muitos anos deveria ser extinto, de acordo com Habib. O empresário fez esse comentário enquanto debatiam sobre os valores dos automóveis no Brasil. “Tem uma carga tributária em carro muito maior do que em outros países. Para o consumidor final o carro é caro. Aí olha que a gente faz: o deficiente físico. Deficiente físico é o seguinte, quando a lei saiu em 2009 era um por cento da venda. Como os deputados adoram fazer generosidades com o bolso dos outros, eles começaram a abrir um monte de liberalidade para carro para deficiente, onde você paga uma carga tributária muito menor. Então, por exemplo, minha mãe tem 92 anos, se eu escrevo para o governo falando que eu tenho que levar minha mãe para o hospital uma vez por mês para fazer uma visita, eu posso comprar um carro deficiente. Teu filho quebra a perna, jogando futebol, você pode comprar um carro. Se é surdo de uma orelha, você pode comprar um carro”, afirmou o empresário.

Habib ainda disse que “20% das vendas de carro é para deficiente físico. O governo podia acabar com deficiente físico e você baixa o preço dos carros em cinco por cento. Você pode baixar a carga porque esses aí não pagam imposto e aí todo mundo ia comprar carro mais barato”.

Imediatamente o segmento se movimentou e manifestou-se contrariamente aos comentários preconceituosos.

O Diário PcD transmitiu em 22 de maio em seu canal no YouTube a manifestação de

• Camilla Varella – Advogada e Presidente da Comissão das Pessoas com Deficiência da OAB/SP

• André Naves – Advogado e Defensor Público Federal

• Marta Gil – Coordenadora do AMANKAY – Instituto de Estudos e Pesquisas

• Maria Aparecida Gurgel – membro do Ministério Público e da AMPID – Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Idosos

• Fernando Sampaio – Auditor Fiscal e coordenador da ANAFITRA – Associação Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho

• Silvia Grecco – Secretária Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo

• Andréa Werner – Jornalista, Deputada Estadual e Presidente da Comissão das Pessoas com Deficiência da Assembleia Legislativa de São Paulo

• Mara Gabrilli – Senadora da República

Anna Paula Feminella, Secretária Nacional de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência e Presidente do CONADE – Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência também divulgou comunicado oficial contra os comentários de Habib.

Em 11 de junho foi emitida uma Carta Manifesto em Defesa da Inclusão e da Acessibilidade: Repúdio às Declarações do Presidente da JAC Motors do Brasil. O documento é assinado pelo Fórum Paulista para Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, que congrega 28 instituições públicas e organizações não governamentais do Estado de São Paulo – confira a íntegra em file:///C:/Users/ABR%C3%83O/Downloads/Carta%20Forum%20Paulista%20(1).pdf

Justiça Federal determina remessa de Ação Civil Pública sobre vídeo discriminatório à Justiça Estadual de São Paulo

A 19ª Vara Cível Federal de São Paulo declarou sua incompetência para processar e julgar a Ação Civil Pública movida pela ANAPCD – Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência, relacionada a um vídeo de teor discriminatório que viralizou nas redes sociais. O vídeo, transmitido há quatro semanas, já alcançou mais de 489 mil visualizações, propagando um discurso ofensivo e discriminatório contra pessoas com deficiência.

Diante da decisão judicial, a ANAPcD manifestou-se formalmente, afirmando não se opor à declaração de incompetência e requerendo celeridade no processo de remessa dos autos à Justiça Estadual de São Paulo. O objetivo principal da Associação é interromper a disseminação do conteúdo prejudicial e assegurar que medidas sejam tomadas para proteger os direitos das pessoas com deficiência.

A ANAPcD, representada pelos advogados Marcos Antonio da Silva, Karyna de Almeida Carvalho e Jairo Varella Bianeck, espera que a Justiça Estadual atue prontamente na análise do caso, dada a urgência em coibir a continuidade da divulgação do discurso discriminatório.

Este caso sublinha a importância da rápida resposta judicial em situações de disseminação de conteúdo prejudicial na internet, destacando o papel crucial das instituições em proteger grupos vulneráveis contra ataques discriminatórios.

Sobre a ANAPcD: A Associação Nacional de Apoio às Pessoas com Deficiência (ANAPcD) é uma organização sem fins lucrativos dedicada a promover a inclusão e defender os direitos das pessoas com deficiência no Brasil. Atuando em diversas frentes, a ANAPcD busca construir uma sociedade mais justa e equitativa para todos.

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