Entidade ressalta que a função do especialista está bem além do simples diagnóstico
No mês em que se debate o Dia Nacional de Conscientização do Alzheimer – 21 de setembro, data que oferece a oportunidade de aumentar a compreensão pública e fortalecer o compromisso com a pesquisa, o cuidado e o apoio às pessoas afetadas por esta comorbidade.
Descoberta por Alois Alzheimer em 1906, a enfermidade, que leva o seu sobrenome, apresenta-se com um quadro de demência, por meio da perda progressiva de memória, orientação e linguagem, causada pela morte das células cerebrais. O Alzheimer diminui a capacidade de viver com autonomia e independência, e de estabelecer relações sociais.
De acordo com a federação Alzheimer ‘s Disease International, em escala mundial, o número de pessoas com a doença poderá chegar a 74,7 milhões em 2030 e a 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento populacional. No Brasil, há mais de 1,2 milhão de pessoas com demência, sendo a mais comum o Alzheimer.
O médico geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Paraná (SBGG-PR), Dr. Marcos Cabrera, afirma que o Alzheimer pode começar de diversas maneiras, mas a forma mais comum é a alteração na memória. “Inicia-se, por exemplo, quando o indivíduo tem uma dificuldade de memorizar, de lembrar de fatos recentes, de nomes importantes, coisas do dia a dia. Mas nem sempre é só a alteração da memória. Nós chamamos isso de domínios cognitivos. Eu posso também ter o início da doença com o comprometimento de um domínio, por exemplo, como a localização espacial. Outro domínio que pode ser comprometido logo de cara é a linguagem.”
Prevenção e tratamento
O Dr. Cabrerareitera que o Alzheimer não há cura e que a prevalência é maior no sexo feminino e em pessoas com histórico familiar. Mas, há fatores que podem retardar a demência, como controlar bem o diabetes, o nível do colesterol, o nível da hipertensão, ser ativo fisicamente e mentalmente, praticando a sociabilidade. “Outra questão é a escolaridade na fase infantil. Quando nós temos uma sociedade onde se tem mais contato com a escolaridade, com mais utilização do cérebro, fazendo mais conexões cerebrais, teremos menos chance de ter Alzheimer na velhice”, afirma.
Outro ponto que o presidente da SBGG-PR evidencia é o tratamento do Alzheimer. Segundo ele, por ainda não existir um medicamento que cure a demência, o tratamento é procurar viver bem. Ele revela que é importante garantir que as pessoas acometidas com o Alzheimer tenham uma boa alimentação e que vivam em um ambiente adequado, com suporte familiar ou dos cuidadores, a fim de evitar maiores dificuldades e sofrimentos.
Geriatria no tratamento do Alzheimer
Dr. Cabrera destaca o papel do médico geriatra no acompanhamento e tratamento do Alzheimer. “A primeira função dele é promover um melhor envelhecimento humano. Segundo, é definir qual tipo de enfermidade está afetando a pessoa idosa, sendo que o Alzheimer é a principal causa de demência. Depois, é fazer com que o indivíduo lide com essa nova realidade cognitiva, da melhor maneira possível, tratando de maneira adequada, tanto farmacologicamente como não farmacologicamente, e acolhendo e orientando os familiares ou cuidadores em relação a isso”, relata.
Sobre a SBGG
A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), fundada em 16 de maio de 1961, é uma associação civil sem fins lucrativos que tem como principal objetivo congregar médicos e outros profissionais de nível superior que se interessem pela Geriatria e Gerontologia, estimulando e apoiando o desenvolvimento e a divulgação do conhecimento científico na área do envelhecimento. Além disso, visa promover o aprimoramento e a capacitação permanente dos seus associados.