• sáb. maio 17th, 2025

Crianças com síndrome de down exigem atenção redobrada na imunização diante do aumento de infecções respiratórias

Crianças com síndrome de down exigem atenção redobrada na imunização diante do aumento de infecções respiratórias

Vacinação infantil deve ser prioridade diante do aumento de infecções respiratórias

Com o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país, autoridades de saúde e especialistas reforçam a importância da vacinação infantil em dia como uma das principais estratégias de prevenção. A Fiocruz alertou, em boletim referente ao período de 20 a 26 de abril, para a crescente circulação do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em estados das regiões Centro-Sul, Norte e Nordeste, dado que acende um alerta para os quadros de bronquiolite e outras complicações respiratórias, especialmente em bebês e crianças pequenas.

A pediatra Renata Aniceto, especialista no acompanhamento de crianças com síndrome de Down (T21), destaca que embora o calendário vacinal seja o mesmo para todas as crianças, aquelas com T21 fazem parte de um grupo de risco e exigem atenção redobrada. “A criança com T21 pega mais infecção, responde menos à infecção e pode ter quadros mais graves. Por isso, vacinar não é apenas seguir o calendário, é garantir que ele esteja otimizado, completo e atualizado “, orienta a médica.

O calendário nacional de vacinação é uma referência importante para garantir o desenvolvimento saudável de todas as crianças. Nos últimos anos, o Brasil vem enfrentando uma queda nas coberturas vacinais infantis. Muitos pais, impactados pelas incertezas durante a pandemia de Covid-19, acabaram adiando ou pulando vacinas do calendário. “A pandemia trouxe um medo que fez até vacinas antes amplamente aceitas serem questionadas”, comenta Renata.

Embora o calendário vacinal da criança com T21 siga as mesmas diretrizes gerais, diante do cenário de doenças respiratórias em alta, algumas vacinas e cuidados se tornam ainda mais importantes e merecem reforço e preocupações específicas:

  • Vacina pneumocócica: no sistema público, o Brasil ainda utiliza a Pneumo 10, mas já existe recomendação para incorporar versões com mais variações de sorotipos da bactéria causadora de pneumonia, otite e meningite. “A pneumo 23, por exemplo, não está no calendário, mas é indicada a partir dos dois anos para crianças com T21, por prevenir infecções respiratórias graves”, explica Renata.
  • Bronquiolite: é uma das principais razões de internação de bebês no Brasil. Para preveni-la, o SUS passou a oferecer em 2024 o nirsevimabe, uma proteção em dose única indicada para bebês de até 6 meses e também para crianças com maior risco, como as com T21. Vale lembrar que crianças com T21 costumam apresentar quadros mais severos. “As epidemias estão menos previsíveis, com picos fora do período sazonal, o que exige vigilância constante.”
  • Vacinas simultâneas: muitas podem e devem ser aplicadas juntas, sem necessidade de espaçar. “Isso evita atrasos e garante cobertura eficaz.”

Entre todas as vacinas, a da Covid-19 é a que ainda enfrenta mais resistência por parte dos pais, algo que preocupa a pediatra. “É a vacina que mais tem sofrido impacto da desinformação. 

Outras vacinas que devem ser observadas com cuidado, especialmente para crianças com T21, são: 

  • Febre Amarela: a doença tem letalidade de 40% e crianças com síndrome de Down também devem tomá-la, exceto se houver contraindicação médica específica. Por exemplo, crianças que passaram por cirurgia cardíaca a peito aberto  devem consultar o médico antes, caso contrário, não há motivo para adiar essa proteção.
  • Dengue: licenciada a partir dos 4 anos de idade. Para crianças com síndrome de Down, especialmente as que têm problemas cardíacos, os pediatras recomendam que essa vacina sempre que estiver disponível é indicada, já que a dengue pode representar um risco maior para elas.

Para finalizar, a Dra. Renata Aniceto tranquiliza os pais dizendo que vacinar os filhos é uma das formas mais carinhosas e responsáveis de cuidar deles. “Cada vacina aplicada em dia representa uma preocupação a menos no futuro. É a certeza de que você fez tudo o que podia para proteger quem ama”, diz.

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