Evento internacional em São Paulo reuniu lideranças do Sul Global para fortalecer colaboração entre setores e impulsionar oportunidades que conectam juventudes a inclusão produtiva
O terceiro dia do GOYN Global Convening 2025, marcou o encerramento do evento que reuniu juventudes de 16 comunidades do Sul Global (Argentina, Colômbia, El Salvador, Haiti, Índia, Itália, Quênia, México, Peru, Ruanda, Senegal, África do Sul, Tanzânia, Estados Unidos) e teve início na segunda-feira (6), com o tema “Conexões que transformam as juventudes: o poder de uma comunidade global”. O último dia aprofundou os debates sobre a construção de caminhos reais para a inclusão dos jovens em todos os cenários globais.
Na abertura da plenária do dia, Jamie McAuliffe, fundador e diretor do Global Opportunity Youth Network, do Instituto Aspen falou sobre o resultado desses três dias, e quanto a troca de ideias com as diferentes lideranças e jovens presentes de diversas comunidades globais foram maiores do que o esperado “O GOYN é um lugar onde os jovens podem propor soluções e inovações. E criar vias para analisar as barreiras estruturais das juventudes com protagonismo”, disse.
Na sequência, o painel ‘Empresas Transformadoras: como organizações estão construindo caminhos reais para a inclusão de Jovens-Potência’ reuniu líderes que destacaram a importância de uma atuação corporativa intencional e transformadora no desenvolvimento de jovens, com o foco na promoção das oportunidades, fortalecimento da autonomia, além companhias que hoje dedicam não apenas recursos financeiros, mas também o tempo e o conhecimento de seus executivos para fortalecer projetos sociais e revelar o potencial dos jovens.
Marcos Panassol, sócio-diretor da PwC, reforçou que é preciso ter intencionalidade ao promover impacto social, conhecendo a realidade e as histórias de cada jovem, e não tratando-os como números. O debate apontou para uma mudança de mentalidade nas empresas, que agora desenvolvem programas mais robustos, conectando sua expertise interna às iniciativas de ONGs e formando talentos não apenas para o mercado de trabalho, mas também para a sociedade.
No intervalo para o segundo painel da manhã, o público presente prestigiou uma apresentação cultural de moda dos jovens que fazem parte do Núcleo Jovem dos Juventudes Potentes e do Coletivo Athalie. O desfile foi de peças sustentáveis cheias de brasilidade e ancestralidade.
O painel que discutiu a união para o futuro do emprego transformador, trouxe especialistas que refletiram sobre os desafios e oportunidades de construir um futuro mais inclusivo e sustentável para as juventudes. Vivianne Naigeborin, superintendente da Fundação Arymax, destacou que vivemos em momentos de intensas transformações tecnológicas que estão redefinindo as formas de trabalhar e de se relacionar. “O fim do bônus demográfico no Brasil, traz novos desafios e uma relação de trabalho intergeracional, que também muda comportamentos e a forma como entendemos a presença no ambiente profissional. Para começar a falar de futuro, é essencial repensar nossos modelos econômicos, sociais e o próprio mundo do trabalho, garantindo que as juventudes possam participar ativamente das profissões do futuro.”
Daniela Redondo, diretora executiva do Instituto Coca-Cola, ressaltou a importância da atuação coletiva frente à complexidade da inclusão produtiva, lembrando que o Brasil possui “47 milhões de jovens e 30 milhões de jovens de baixa renda”, o que torna o tema não apenas social, mas também econômico. Já Omar Bakari, diretor do GOYN Tanga, e Tanuja Kambie, jovem líder do GOYN Índia, reforçaram que mudanças sistêmicas exigem compromisso com a saúde e o bem-estar das juventudes.
Em seguida, no painel ‘Reescrevendo Narrativas para o Futuro’, o foco esteve na força das vozes jovens e na importância da representatividade como motor de transformação social. O debate concluiu que o futuro será realmente transformador quando as organizações, a filantropia e as comunidades estiverem comprometidas em ouvir, capacitar e dar protagonismo às juventudes para que elas mesmas escrevam as próximas páginas de suas histórias.
O painel ‘Governos que Ativam Futuros’ destacou o papel das políticas públicas e das parcerias intersetoriais na promoção da inclusão produtiva das juventudes. O Secretário Nacional de Juventudes, Ronald Sorriso, reforçou a necessidade de uma abordagem intersetorial nas políticas públicas. “Levamos políticas para os territórios com a criação de campos de institutos federais nas periferias e favelas”, explicou, citando também o Pacto Nacional pela Inclusão Produtiva, articulado entre o Ministério do Trabalho e Emprego (MPTE) e outras instituições, para incentivar empresas a inserirem jovens no mercado formal. Segundo, Ronald é necessário desenvolver novas dinâmicas de trabalho que priorizem as juventudes, como na redução de escalas de trabalho no país, para que o jovem garanta também seu bem estar e acesso a outras políticas, como lazer e cultura.
Outro ponto destacado também no painel, por Diogo Jamra, da Fundação Itaú Educação e Trabalho, foi o impacto da exclusão produtiva no desenvolvimento do país. “Não dá pra pensar o futuro do Brasil se não conseguirmos incluir produtivamente nossa juventude”, afirmou, destacando a urgência de uma agenda nacional para o tema.
Encerrando as discussões, Alice Gugelev, CEO da Global Development Incubator, propôs uma reflexão sobre os aprendizados do evento “Nesta semana, vimos como é dinâmico o que fazemos: promovendo oportunidades e entendendo como atender as necessidades dos jovens para que tenham sucesso em suas trajetórias”.
A última troca no evento entre os participantes foi regada de muita energia com os jovens-potência do GOYN, compartilhando suas experiências e networking, além de apresentação da escola de samba Mocidade Alegre, que fechou o último dia do evento internacional no país.
Para Gabriella Bighetti, CEO da United Way Brasil, o GOYN Global Convening 2025, representou um marco para o Juventudes Potentes no país e principalmente a potência transformadora dos jovens. “Os três dias nos mostraram na prática como a atuação sistêmica, com base em dados e com as juventudes incluídas na tomada de decisão, podem contribuir com soluções inovadoras, trocas e aprendizados compartilhados entre essa comunidade tão potente. Saímos com a certeza de que há possibilidades a partir de uma atuação coletiva para trabalharmos a inclusão produtiva, enquanto uma estratégia de desenvolvimento socioeconômico no mundo todo”, comemora.
Sobre United Way Brasil
Integramos o ecossistema da United Way, a maior organização de filantropia e sem fins lucrativos do mundo, fundada há mais de 130 anos nos EUA, formada por pessoas e organizações de mais de 37 países. No Brasil, desde 2001, articulamos diferentes setores para atender às necessidades urgentes das populações mais vulneráveis e realizamos programas sustentáveis, de longo prazo, que buscam promover impacto sistêmico com foco no desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos (primeira infância) e na inclusão produtiva de jovens de 15 a 29 anos.
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Sobre Juventudes Potentes
Integramos o Global Opportunity Youth Network (GOYN), liderado mundialmente pelo Instituto Aspen (EUA), movimento que atua com base na metodologia Impacto Coletivo, contando com a cooperação de jovens, empresas, governos e organizações da sociedade civil, a fim de criar oportunidades de desenvolvimento para pessoas e suas comunidades. Estamos em São Paulo, desde 2020, formando uma rede com mais de 80 instituições que assumiram o compromisso de incluir produtivamente 100 mil jovens-potência até 2030. Essa rede foi articulada e é mantida pela United Way Brasil (UWB), que acolheu o Juventudes Potentes como parte de sua estratégia institucional para apoiar a transformação da realidade das juventudes brasileiras.
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CRÉDITO/IMAGEM: Painel ‘Governos que Ativam Futuros’, recebeu Secretário Nacional de Juventudes, Ronald Sorriso e membros de governos e organizações | Foto: Oxigene