Estado de hipervigilância constante pode gerar sintomas sutis e persistentes, segundo especialistas e pesquisas recentes sobre saúde mental
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking mundial de transtornos de ansiedade, com 9,3% da população afetada, o que equivale a cerca de 19 milhões de pessoas.
A pandemia e as mudanças no estilo de vida agravaram o cenário, o país registra aumento contínuo nos casos de estresse e ansiedade, especialmente entre mulheres e jovens adultos. “A ansiedade silenciosa é uma forma de sofrimento que não precisa de uma ameaça real para existir. O corpo permanece em alerta constante, mesmo em momentos de tranquilidade”, explica o psicólogo Jair Soares dos Santos, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) e doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO) na Argentina.
Quando o corpo fala antes da mente
Os sintomas da chamada ansiedade silenciosa costumam ser sutis. O corpo envia sinais como insônia, palpitações, irritabilidade, lapsos de memória, tensão muscular e sensação de cansaço constante. Pesquisas publicadas pela Fiocruz indicam que o número de brasileiros que relatam sintomas ansiosos cresceu significativamente nos últimos anos, com prevalência maior entre mulheres de 25 a 45 anos. “O problema é que esses sinais se confundem com estresse ou excesso de trabalho. O indivíduo continua funcionando, mas em modo de sobrevivência. A mente não desliga”, explica Soares.
Estudos internacionais, como o realizado pela Yale University e publicado na revista Nature Human Behaviour, demonstram que pessoas ansiosas apresentam hiperatividade em áreas cerebrais associadas ao controle e à percepção de risco. “O cérebro interpreta situações neutras como se fossem ameaças. Esse estado de hipervigilância constante impede o descanso e desgasta o organismo com o tempo”, afirma o psicólogo.
O disfarce da funcionalidade
Segundo levantamento da Fundação Oswaldo Cruz, 65% das mulheres brasileiras relatam sintomas persistentes de ansiedade mesmo sem diagnóstico formal. Em grande parte dos casos, a sobrecarga de papéis sociais e a pressão por produtividade acentuam o quadro. “Vivemos uma cultura que valoriza a performance e ignora os custos emocionais. Muitos transformam o trabalho, o controle e a eficiência em anestesia para não entrar em contato com dores internas. Mas o corpo sempre cobra a conta”, observa Soares.
Como identificar e lidar com a ansiedade silenciosa
Especialistas alertam que reconhecer o problema é o primeiro passo para tratá-lo. Entre as principais orientações estão:
- Observar os sinais físicos, como alterações no sono, tensão muscular e cansaço excessivo.
- Criar pausas reais durante o dia e priorizar momentos de descanso.
- Reduzir o consumo de notícias e o tempo de exposição às redes sociais.
- Buscar acompanhamento psicológico ou médico sempre que o estado de alerta interferir na vida cotidiana.
- Evitar o uso de medicamentos sem prescrição, que podem mascarar sintomas e dificultar o tratamento adequado.
Para Jair Soares, o caminho não é eliminar os sintomas, mas compreender sua origem. “Uma mente em urgência não precisa de mais produtividade, mas de segurança emocional. O corpo só descansa quando entende que o perigo passou. É nesse momento que o equilíbrio se restabelece”, conclui o psicólogo.
Sobre o IBFT
O Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) é uma instituição educacional dedicada à formação de terapeutas especializados em saúde emocional. Fundado com o propósito de transformar vidas por meio do conhecimento, o IBFT oferece formações em diversas áreas, incluindo a Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), uma metodologia desenvolvida para tratar dores emocionais profundas. Com mais de 50 mil terapeutas formados no Brasil e no exterior, o instituto se destaca por sua abordagem prática e eficaz no tratamento de traumas, fobias, depressão, ansiedade e outros transtornos emocionais.





