O Brasil encerrou o primeiro dia com quatro medalhas, sendo duas de ouro: a primeira com o paraibano Petrúcio Ferreira, nos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores), e a segunda com a paulista Beth Gomes, no lançamento de disco da classe F53 (que competem sentados)
O primeiro dia do Mundial de atletismo em Nova Déli, na Índia, foi encerrado neste sábado, 27, já com dois feitos históricos para o Brasil: o pentacampeonato mundial de Petrúcio Ferreira na prova dos 100m T47 (deficiência membros superiores) e o tetra da paulista Beth Gomes no lançamento de disco F53 (que competem sentados).
Com isso, a Seleção Brasileira encerrou a sua estreia na competição com quatro medalhas, sendo dois ouros e duas pratas, as duas últimas conquistadas por Yeltsin Jacques, no 5.000m T11 (deficiência visual) e do paranaense Vinícius Cabral na disputa dos 100m T71 (petra).
O pentacampeonato mundial nos 100m T47 do velocista paraibano nem veio com o melhor tempo de Petrúcio no ano, que era de 10s57, feitos no Circuito Paralímpico Loterias Caixa – Fase Internacional, no CT Paralímpico, em abril.
Para a conquista do quinto ouro na prova, o atleta paralímpico mais rápido do mundo finalizou em 10s66, dois centésimos à frente do chinês Shi Kangjun e quatro do marroquino Ayamane El Haddaoui, que completou o pódio. O paulista Thomaz Ruan terminou na quarta colocação, com 10s82.
“Cinco vezes campeão do mundo. O quinto título foi mais díficil que o primeiro. A competitividade e a própria cobrança que tenho com meu corpo, defendendo meus títulos, está sempre cada vez maior. Estou 12 anos invicto nessa prova. Isso não é só parte física, é psicológica também. Por isso, tenho que agradecer a minha família. Gosto de desafios”, afirmou Petrúcio, que vence a prova desde o Mundial de Londres 2017.
Já Beth Gomes se manteve no topo do lançamento de disco F53 pela quarta vez com a marca de 17,35m, distância bem maior que a segunda colocada, a ucraniana Zoia Ovsill (14,16m) e a terceira, Elena Gorlova, do país neutro (13,10m). A lançadora de Santos (SP) é a atual recordista mundial da prova, com 18,48m.
“É um campeonato que vai ficar marcado na minha vida, conquistando o tetra. Só tenho gratidão por todos que estão à minha volta, aos meus treinadores, à minha equipe multidisciplinar. É uma grande realização neste calor exorbitante. Podia me atrapalhar muito, mas eu venci mais uma vez”, celebrou Beth Gomes.
A atleta ainda analisou a experiência de lançar primeiro e projetou a sequência da participação na competição: “Geralmente eu sou a última a lançar. Sendo a primeira, você não sabe o que vem depois, o que as outras vão fazer. Passei um nervoso, parece que a prova não ia acabar, mas deu tudo certo. Agora é descansar, em termos. Vamos em busca de outras medalhas.”
Outros brasileiros que competiram nesta noite na Índia, o fluminense Ricardo Medonça, com 11s25, e o paulista Christian Gabriel, com 11s28, avançaram à final dos 100m T37 (paralisia cerebral). O acreano Edson Cavalcante, com 11s98, não conseguiu uma das oito vagas.
Ricardo, que é o atual bicampeão mundial da prova, se classificou com o melhor tempo das eliminatórias e vai buscar o tri na final que está marcada para às 10h07 (de Brasília) deste domingo, 28.
“Durante a prova, me senti bem. Fiz uma boa corrida. Satisfeito de ter feito essa marca. A meta é melhorar ou repetir essa marca na final”, apontou o medalhista de ouro nessa disputa em Kobe 2024 e Paris 2023.
O rondoniense Kesley Teodoro e o paraibano Joeferson Marinho deram o segundo sprint do dia ao disputarem as semifinais dos 100m T12 (deficiência visual) – na madrugada deste sábado, haviam corrido as eliminatórias. Mas somente o primeiro avançou à final, com o tempo de 11s00. A prova decisiva ocorre às 9h10 (de Brasília) deste domingo, 28.
Na petra, o fluminense João Matos Cunha assegurou seu lugar na final dos 400m T72, com 1min10s71 nas eliminatórias da disputa, enquanto o paulista Vinícius Krieger Quintino acabou sendo desclassificado e está eliminado.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro
CRÉDITO/IMAGEM: Petrúcio Ferreira celebra vitória nos 100m da classe T47, no Mundial de Nova Déli | Foto: Alessandra Cabral / CPB