Estudo mostra que inclusão de pessoas com deficiência avança, mas ainda há barreiras no mercado de trabalho e consumo

Estudo mostra que inclusão de pessoas com deficiência avança, mas ainda há barreiras no mercado de trabalho e consumo

Mesmo com avanços na percepção e nas práticas de inclusão, 72% ainda acreditam que empresas discriminam pessoas com deficiência na contratação

Os resultados de 2025 do estudo Oldiversity, da Croma Consultoria, mostram sinais positivos na inclusão de pessoas com deficiência (PcDs) no mercado e no consumo, mas também evidenciam que o caminho para a plena equidade ainda é longo. A percepção de discriminação nos processos de contratação caiu de 81% em 2023 para 72% neste ano,  uma redução expressiva que indica o efeito concreto de políticas afirmativas e iniciativas de diversidade. No entanto, o número ainda revela uma barreira persistente e simbólica: sete em cada dez brasileiros acreditam que pessoas com deficiência ainda são discriminadas ao buscar emprego.

O levantamento também aponta melhora na percepção de acolhimento e adaptação: 60% dos entrevistados afirmam que empresas e marcas estão se ajustando melhor às necessidades desse público, reflexo do avanço da acessibilidade e da personalização de produtos e serviços. Outro resultado relevante, mostra que 67% dizem preferir não consumir marcas preconceituosas, um dado que reforça como o posicionamento inclusivo tornou-se critério de escolha e fidelização de consumidores.

Edmar Bulla, fundador da Croma Consultoria e idealizador do estudo Oldiversity® , explica que o material é um convite à reflexão e redefinição de estratégias e posicionamento de marcas e negócios. “O estudo se propõe como parâmetro e indicador avaliativo de marcas que pensam, preocupam-se, promovem e defendem temas e iniciativas ligadas à longevidade e à diversidade, a partir das perspectivas da sociedade brasileira. Em sua 4a edição, o estudo renova nosso compromisso de colaborar para formar uma sociedade mais justa, inclusiva e com oportunidade para todos”.  

Outro indicador relevante é o aumento da expectativa de investimento para públicos diversos: 57% dos respondentes com algum tipo de deficiência, acreditam que as marcas devem criar serviços específicos para estes públicos, ante os 37% observados em 2023. A demanda por iniciativas concretas cresce na mesma medida em que cai o índice de pessoas com deficiência que relatam ter sofrido preconceito, de 41% em 2023 para 33% em 2025, um sinal de progresso ainda desigual, mas contínuo.

Assim como em 2023, apenas 9% dos entrevistados este ano disseram achar “estranho” ser atendido por uma pessoa com deficiência. Apesar disso, apenas 42% das pessoas com deficiência concordam que as lojas estão preparadas para atendê-las adequadamente. Ainda que este índice tenha melhorado em relação à 2023 (38%), a acessibilidade física e comunicacional segue como desafio central.

Os dados reforçam a necessidade de ampliar ações de inclusão e de treinar equipes para garantir experiências realmente acessíveis e empáticas. Em síntese, o relatório mostra um país em transformação: o preconceito cede espaço, a representatividade cresce e o mercado começa a reconhecer que a diversidade é também um vetor de competitividade e inovação.

Os dados revelam avanços consistentes no combate ao preconceito contra pessoas com deficiência, especialmente sob a ótica do próprio grupo. Ainda assim, a infraestrutura aquém do necessário e a taxa persistente de relatos de discriminação mostram que o discurso de inclusão ainda não se transformou em prática ampla. Para consolidar esse progresso, marcas e empresas precisam investir em acessibilidade efetiva, oportunidades reais de carreira e treinamentos contínuos contra vieses, garantindo que a inclusão deixe de ser promessa e se torne realidade concreta”, finaliza Bulla.

Foram realizadas 2.000 entrevistas entre os dias 19 e 28 de agosto de 2025, em todo o Brasil, utilizando painel on -line, com cotas específicas considerando as faixas geracionais, gênero, classe social e região geográfica. Foram realizadas entrevistas procuradas (booster) para comporem as avaliações por etnia, orientação sexual e pessoas com deficiência. Margem de erro de 2 p.p. para a amostra total, com nível de confiança de 95%. 

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