Especialista destaca que iniciar a reabilitação nas primeiras semanas é essencial para reduzir sequelas e melhorar o prognóstico.
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil.1 A doença ocorre quando há uma interrupção ou redução significativa do fluxo de sangue para o cérebro, seja por obstrução ou rompimento de um vaso sanguíneo, o que compromete a oxigenação e pode causar a paralisia da área afetada. Como consequência, pode haver sequelas físicas e cognitivas graves. Para apoiar os pacientes e seus familiares nesse momento, a Ipsen, biofarmacêutica global, lançou o e-book “Guia de Reabilitação Pós-AVC”, que reúne orientações práticas de especialistas e reforça a importância da reabilitação precoce e do cuidado multidisciplinar no processo de recuperação.
“Apesar da gravidade das sequelas do AVC – que variam conforme a extensão do dano e podem afetar fala, memória, coordenação motora e autonomia – com informação adequada e reabilitação precoce é possível recuperar funções, melhorar a qualidade de vida e reduzir limitações.2,3 A reabilitação deve começar assim que o quadro estiver estabilizado, ainda no hospital. Nesse período, o cérebro está mais receptivo para reaprender funções e criar novas conexões, o que aumenta a autonomia e reduz o risco de complicações”, explica a neurofisiologista e neurologista infantil, Simone Amorim, que colaborou na elaboração do guia“.
De acordo com a especialista, cada dia de atraso pode comprometer o potencial de recuperação. “O início precoce da reabilitação faz diferença real no prognóstico. A cada semana sem estímulo adequado, há perda de oportunidades funcionais. Por isso, a orientação é agir rápido, buscar centros especializados e envolver a família desde o começo do processo”, complementa.
A reabilitação não se limita à fisioterapia. Ela envolve um conjunto de estímulos físicos, cognitivos e emocionais, adaptados a cada fase do paciente. Pequenas ações diárias, como alongamentos guiados e atividades que desafiam corpo e mente, fazem diferença significativa na recuperação a longo prazo.
Confira abaixo cinco medidas simples e acessíveis que contribuem para a reabilitação:
- Iniciar o tratamento o quanto antes: De acordo com a neurofisiologista, quanto mais cedo o paciente for estimulado, maior será o potencial de reorganização do cérebro e de retomada da autonomia nas atividades diárias.
- Contar com uma equipe multidisciplinar: a reabilitação envolve diferentes especialidades que atuam de forma integrada para promover a recuperação física, cognitiva e emocional. Médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos desempenham papéis complementares, assegurando um tratamento completo e individualizado. “Cada profissional contribui com um olhar específico sobre as necessidades do paciente, o que torna o processo mais eficaz e abrangente”, ressalta a médica.
- Envolver a família no cuidado diário: o apoio familiar é fundamental tanto do ponto de vista prático quanto emocional. A presença próxima durante as terapias e o incentivo em casa reforçam a adesão ao tratamento e aumentam a motivação do paciente.” emocional contribui diretamente para o progresso na reabilitação e ajuda o paciente a enfrentar os desafios do processo”, pondera Simone Amorim.
- Observar sinais de espasticidade: a rigidez muscular é uma complicação comum após o AVC e deve ser tratada rapidamente para evitar limitações. A espasticidade se manifesta por contrações involuntárias e dificuldade de movimento, impactando a mobilidade e a qualidade de vida. O tratamento deve combinar fisioterapia intensiva, exercícios de alongamento, treinos funcionais de repetição e, quando indicado, o uso de toxina botulínica tipo A — uma das abordagens mais eficazes para aliviar a rigidez, reduzir o desconforto e facilitar atividades cotidianas, como caminhar, vestir-se ou se alimentar. “A rigidez e as contrações involuntárias afetam diretamente a mobilidade e a qualidade de vida do paciente. O tratamento com toxina botulínica tipo A, aliado à fisioterapia, é uma das estratégias mais eficazes para aliviar a rigidez e facilitar a reabilitação funcional”, reforça a especialista.
- Manter o cuidado contínuo: mesmo após a alta hospitalar, o acompanhamento deve seguir com metas e revisões regulares. A reabilitação é um processo de longo prazo que exige constância, ajustes periódicos e monitoramento profissional.
De acordo com a médica, a recuperação neurológica ocorre de forma progressiva, e o estímulo constante é essencial para preservar os ganhos funcionais e prevenir regressões.
Referências
1 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Acidente Vascular Cerebral (AVC). Disponível em: Link. Acesso em: 8 ago. 2025.
2 American Stroke Association – Ischemic Stroke Link
3 Centers for Disease Control and Prevention – Stroke Basics Link




