A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é um tipo de câncer da medula óssea que afeta a produção das células do sangue[1]. É uma doença rara e que se desenvolve lentamente, podendo passar despercebida por anos[2]. Estima-se que a doença represente entre 15% e 20% de todos os casos de leucemia em países ocidentais[3].
Cerca de 10% dos casos de Leucemia Mieloide Crônica são diagnosticados já em fase avançada2. Um dos principais desafios da LMC é justamente o diagnóstico precoce. A doença costuma evoluir lentamente e, em muitos casos, os sinais iniciais podem ser confundidos com o processo natural de envelhecimento, já que sintomas como cansaço persistente, perda de peso não intencional, sudorese noturna, dores ósseas e articulares, além de palidez e fraqueza são frequentemente associados à idade ou a outras condições comuns, o que pode atrasar a busca por avaliação médica.
Por isso, especialistas reforçam a importância de exames de sangue de rotina, que podem indicar alterações precoces e permitir o início do tratamento em estágios iniciais, aumentando as chances de controle da doença.
Nas últimas décadas, a LMC deixou de representar uma doença com baixa taxa de sobrevida para se tornar uma condição crônica controlável, sendo possível falar em remissão profunda e até em descontinuação do tratamento em alguns casos, algo impensável há cerca 20 anos. A medicina personalizada e os avanços em biomarcadores têm contribuído para tratamentos mais eficazes e menos invasivos, permitindo que muitos pacientes levem uma vida praticamente normal, com acompanhamento médico e adesão ao tratamento[4].
O acesso às terapias mais avançadas no tratamento da LMC ainda é desigual quando comparamos o sistema de saúde público e privado: os pacientes do SUS aguardam acesso às novas opções de tratamento[5]. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) está atualmente avaliando novas alternativas terapêuticas, com base em critérios como eficácia, segurança e custo-efetividade e em breve abrirá uma consulta pública para ouvir a população através de um formulário online[6].
A atualização das tecnologias disponibilizadas no SUS é essencial para garantir que os avanços cheguem de forma equânime à população.
Referências:
[1] O que é Leucemia Mieloide Crônica – LMC. Disponível em:
https://abrale.org.br/doencas/leucemia/lmc/o-que-e/ acesso em 02/09/2025 às 15:47
[2] Cerca de 80% dos diagnósticos de Leucemia Mieloide Crônica ocorrem em em pessoas com 45 anos ou mais. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/cerca-de-80-dos-diagnosticos-de-leucemia-mieloide-cronica-ocorrem-em-em-pessoas-com-45-anos-ou-mais. Acesso em: acesso em 02/09/2025 às 15:50
[3] Epidemiologia Leucemia Mieloide Crônica – LMC. Disponível em: https://abrale.org.br/doencas/leucemia/lmc/epidemiologia/. Acesso em 02/09/2025 às 15:50
[4] FERREIRA, Ionara do Nascimento. Tratamento da Leucemia Mieloide Crônica: avanços recentes e perspectivas futuras. Revista Acadêmica Souza EAD, maio 2024. Disponível em: https://souzaeadrevistaacademica.com.br/revista/73-maio-2024/08-ionara-do-nascimento-ferreira.pdf. Acesso em: 03 set. 2025.
[5] MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Leucemia Mieloide Crônica do Adulto. Brasília: Conitec, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/conitec.gov.br/pt-br/midias/consultas/relatorios/2020/pcdt_leucemiamieloidecronicaadulto_cp_02_2020.pdf. Acesso em: 03 set. 2025.
[6] MINISTÉRIO DA SAÚDE. Tecnologias Demandadas. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/assuntos/avaliacao-de-tecnologias-em-saude/tecnologias-demandadas. Acesso em: 03 set. 2025.