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  • sex. nov 22nd, 2024

Cardiopatia congênita afeta 30 mil crianças por ano no Brasil

Cardiopatia congênita afeta 30 mil crianças por ano no Brasil

Alterações na estrutura ou na função do coração podem ser diagnosticadas antes mesmo do nascimento e requerem acompanhamento até a idade adulta

Durante o desenvolvimento fetal, podem ocorrer malformações no coração que prejudicam o funcionamento adequado do órgão. Por isso, junho, o Mês da Cardiopatia Congênita, traz um alerta sobre essas alterações que afetam 10 a cada mil nascidos vivos no Brasil, cerca de 30 mil crianças por ano, de acordo com o Ministério da Saúde. Na apresentação grave, a enfermidade é responsável por 30% dos óbitos de bebês com até 28 dias de vida.

“Entre as causas estão condições maternas, como diabetes mellitus, hipertensão, lúpus, infecções como a rubéola e a sífilis, uso de medicamentos e drogas e histórico familiar. Quando a mulher é cardiopata e já tem um filho também com a enfermidade, a chance de ela gerar outra criança com alterações cardíacas aumenta”, alerta a Dra. Ieda Jatene, cardiologista responsável pelo Serviço de Cardiologia Pediátrica e Cardiopatias Congênitas do Hcor.

Ainda que a anomalia possa ser diagnosticada durante a gestação, por meio do ecocardiograma fetal, realizado entre 21 e 28 semanas, muitas vezes, só é descoberta após o nascimento, quando o Teste do Coraçãozinho é feito na maternidade. “Com um oxímetro, são medidos o nível de oxigênio no sangue e os batimentos cardíacos do recém-nascido. É um exame de baixo custo, rápido, não-invasivo, indolor e obrigatório, também oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”, conta a especialista.

Ao ser detectada uma alteração, seja na gestação, após o nascimento ou já na idade adulta, pode ser necessária uma intervenção para melhorar o prognóstico. “O tratamento pode começar ainda na fase fetal, após um diagnóstico intrauterino, e seguir por toda a vida. Existem cardiopatias que, ao serem tratadas na infância, permitem o desenvolvimento de uma forma muito próxima da normalidade. Dependendo do caso, podemos realizar procedimentos menos invasivos, como cateterismo, implantes de balões e stents, ou mais complexos, utilizando uma sala híbrida, ambiente que une centro cirúrgico, laboratório de hemodinâmica e equipamentos de imagem de alta definição”, explica a Dra. Ieda.

No Hcor, hospital referência em cardiologia no País, há uma área exclusiva para cardiopatias congênitas com uma estrutura física, clínica e tecnológica especializada. “Temos uma linha completa de cuidados, que assiste o paciente com diagnóstico, ambulatório, unidade de internação ou UTI, cirurgia (incluindo de transplante do coração) e reabilitação física e cognitiva. O atendimento é realizado tanto pela saúde suplementar quanto pelo SUS, em parceria com o Ministério da Saúde, pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS), via regulação nacional. “Recebemos gestantes e crianças, de todo território nacional, que são encaminhadas pelo Ministério da Saúde. Desta forma, conseguimos diminuir a fila de espera da central nacional de regulação pelo tratamento especializado em cardiopatia complexa no Brasil e contribuir para a redução dos índices de mortalidade infantil”, esclarece a coordenadora da área.

Como parte de suas ações de responsabilidade social, de 1º de janeiro de 2021 a 11 de maio de 2022, o Hcor, em parceria com o Ministério da Saúde, atendeu 48 pacientes e realizou 131 consultas, 140 exames e 85 cirurgias. A maioria dos pacientes reside no Norte e Nordeste do País (85%), regiões em que há maior carência de assistência especializada. Já pelo programa de gratuidade, o hospital realizou 663 consultas e 291 exames, no mesmo período.

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