fbpx
  • sex. nov 22nd, 2024

Sexualidade é discutido em talk show sobre esclerose múltipla

Sexualidade é discutido em talk show sobre esclerose múltipla

Com o objetivo de aumentar o diálogo, fornecer mais informações sobre sexualidade e saúde na esclerose múltipla (EM), doença autoimune que acomete o sistema nervoso central (cérebro e medula), mais prevalente em pacientes jovens, entre 20 e 40 anos¹, a Biogen Brasil, empresa de biotecnologia com foco em neurociência, lança o Fala Múltipla 2.0: sexualidade e saúdetalk show educativo que está em sua segunda edição. “O Fala Múltipla nasceu para reforçar a importância de promover debates relevantes sobre assuntos que fazem parte da rotina de quem vive e de quem cuida de pessoas com esclerose múltipla. Falar sobre sexualidade ainda é tabu para muitas pessoas — e para quem tem EM, não é diferente. Estudos mostram que cerca de 80% dos pacientes terão alguma disfunção sexual ao longo da doença, por exemplo. Por isso, mais do que nunca, precisamos falar sobre sexualidade”, explica Rogerio Frabetti, gerente-geral da Biogen Brasil.

Moderado pela psicóloga clínica e especialista em educação sexual, Laura Muller a iniciativa conta com a participação dos neurologistas especializados em esclerose múltipla, Herval Neto e Mateus Boaventura, da fisioterapeuta pélvica especializada em reabilitação de disfunções sexuais femininas, Ana Gehring (@vaginasemneura), bem como da Bruna Rocha, vice-presidenta da associação de pacientes, Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME), diagnosticada com EM há 22 anos.

“O diagnóstico de EM é feito, por muitas vezes, no auge físico e cognitivo dos pacientes. Muitas dúvidas são levadas para as consultas, e entre elas, as possíveis mudanças que podem ocorrer no cotidiano. É importante entender que, para um jovem, a saúde está intrinsecamente ligada a sexualidade. É um tema que deve ser discutido não só com os pacientes, mas também com profissionais da saúde e público amplo. Os estigmas relacionados à EM devem ser combatidos para que não haja constrangimento ou fator impeditivo para se buscar informações”, reforça o neurologista Herval Neto.

Entre outros temas, o talk show aborda os principais desafios para quem tem EM: comprometimento da libido, disfunção erétil, incontinência urinária, lubrificação reduzida e dispareunia (sensação de desconforto ou dor durante o ato sexual).

O neurologista, Mateus Boaventura,explica como a esclerose múltipla pode ocasionar disfunção sexual. “Como o dano no sistema nervoso central pode impedir quem tem a doença de ter sensações e levar algumas mensagens elétricas até a genitália, a pessoa com EM pode perder a libido, a sensação da região genitália, ter redução da lubrificação vaginal, redução da chegada ao orgasmo e, no caso dos homens, ter disfunção erétil e dificuldade de ejaculação. Contudo, é importante ressaltar que existem estratégias para lidar com essas questões. É possível mapear outras fontes de prazer e sensações, e tirar alguns tabus”.

No talk showAna Gehring também esclareceu como a fisioterapia pélvica pode ajudar quando o assunto é sexualidade. “Para além da doença, precisamos nos conhecer. Nos olhar no espelho, nos tocar. Entender o que nos desperta desejo. Esses são os primeiros exercícios, que nos ajudam a entender se realmente é um sintoma ou se há algum aspecto relacionado ao “pânico do diagnóstico” afetando a resposta do corpo. Ao identificar o problema, conseguimos traçar um plano de exercícios de musculatura específico para cada paciente”.

Fertilidade e planejamento familiar também foram temas de destaque no Fala Múltipla — sexualidade e saúde. “Eu fui diagnosticada com esclerose múltipla aos 14 anos de idade. Hoje, além de paciente, sou mãe do Francisco, de 6 anos. A parceria com a minha neurologista e obstetra foi o grande diferencial. Ter uma família sempre foi uma vontade (minha e do meu marido), e assim que entrei em uma fase estável da EM, conversei com minhas médicas, que passaram todas as orientações e me tranquilizaram. É possível gestar em segurança com acompanhamento médico” finaliza Bruna Rocha.

talk show está dividido em 3 blocos e está disponível, gratuitamente, no CLEO, aplicativo pensado para otimizar a rotina de quem tem EM – um grande aliado quando o assunto é cuidado e bem-estar. A iniciativa também conta com uma série voltada para a classe médica e profissionais de saúde, que está disponível no BiogenLinc, plataforma da Biogen dedicada exclusivamente aos profissionais da saúde.

Sobre a esclerose múltipla[1][2][3]: é uma doença que compromete o sistema nervoso central, um processo de inflamação crônica de natureza autoimune que pode causar desde problemas momentâneos de visão, falta de equilíbrio até sintomas mais graves, como cegueira e paralisia completa dos membros. A doença está relacionada à destruição da mielina — membrana que envolve as fibras nervosas responsáveis pela condução dos impulsos elétricos no cérebro, medula espinhal e nervos ópticos. A perda da mielina pode dificultar e até mesmo interromper a transmissão de impulsos. A inflamação pode atingir diferentes partes do sistema nervoso central, provocando sintomas distintos, que podem ser leves ou severos, sem hora certa para aparecer. A doença geralmente surge sob a forma de surtos recorrentes, sintomas neurológicos que duram ao menos um dia. A maioria dos pacientes diagnosticados são jovens, entre 20 e 40 anos, o que resulta em um impacto pessoal, social e econômico considerável por ser uma fase extremamente ativa do ser humano. A progressão, a gravidade e a especificidade dos sintomas são imprevisíveis e variam de uma pessoa para outra. Algumas são minimamente afetadas, enquanto outras sofrem rápida progressão até a incapacidade severa. É uma doença degenerativa, que progride quando não tratada. É senso comum entre a classe médica que, para controlar os sintomas e reduzir a progressão da doença, o diagnóstico e o tratamento precoce são essenciais.

Referências


[1] Neeta Garg1 & Thomas W. Smith2. An update on immunopathogenesis, diagnosis, and treatment of multiple sclerosis. Barin and Behavior. Brain and Behavior, 2015; 5(9)

[2] Noseworthy JH, Lucchinetti C, Rodriguez M, Weinshenker BG. Multiple sclerosis. N Engl J Med. 2000;343(13):938–52.

[3] Cristiano E, Rojas J, Romano M, Frider N, Machnicki G, Giunta D, et al. The epidemiology of multiple sclerosis in Latin America and the Caribbean: a systematic review. Mult Scler. 2013;19(7):844–54.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *