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Abordagem estratégica para desenvolvimento saudável da alimentação no tratamento do autismo

ByJornalismo Diário PcD

fev 14, 2024
Abordagem estratégica para desenvolvimento saudável da alimentação no tratamento do autismo

No universo complexo do autismo, as dificuldades alimentares emergem como uma questão central, afetando cerca de 90% das crianças diagnosticadas – segundo estudos científicos. A alimentação desempenha um papel crucial no tratamento do autismo, podendo alguns alimentos intensificar os sintomas, como a farinha de trigo, o leite e a soja.

Devido a deficiência enzimática comum em autistas, inibindo a digestão completa dessas proteínas, a retirada desses itens pode resultar em melhora da atenção, concentração e maior calma. Os salgadinhos, sucos em pó artificial e gelatina, ricos em corantes, estimulam a hiperatividade e devem ser evitados na dieta de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Sintomas gastrointestinais, como constipação, diarréia, gastrite e refluxo, são comuns nesse grupo, destacando a importância de considerar esses aspectos na abordagem nutricional.
 

Leonnor Medeiros, nutricionista da Clínica Multidisciplinar MedAdvance destaca a importância de abordagens especializadas para lidar com as complexidades alimentares associadas ao TEA. “A dificuldade de alimentação está frequentemente vinculada a problemas que vão além do simples ato de comer, pois crianças autistas podem apresentar seletividade alimentar mais grave, limitando o consumo de certos alimentos e texturas”, ponderou a especialista, acrescentando que essas restrições podem acarretar consequências significativas na saúde física e social da criança, resultando em necessidade de suplementos nutricionais e prejuízos no desenvolvimento.

A alimentação de crianças autistas pode ser, de fato, um desafio. Leonnor explica que o problema não se resume a fornecer um cardápio, mas sim a implementar uma terapia alimentar eficaz. “A terapia alimentar é uma abordagem inovadora que utiliza alimentos de maneira lúdica, visando estimular a criança a melhorar sua relação com a alimentação. Trabalhando de forma individualizada, a terapia busca desenvolver habilidades motoras, orais e sensoriais, proporcionando estímulos adaptados às necessidades específicas de cada criança”, ressaltou.
 

De acordo com a nutricionista, a avaliação individual é essencial, pois cada criança autista é única, apresentando necessidades distintas. “Muitos pais procuram auxílio relatando desafios como a falta de apetite, seletividade alimentar e medo de comer. A abordagem, portanto, exige uma equipe multidisciplinar para avaliar e conduzir a intervenção da melhor forma possível”, destacou Leonnor.
 

Crianças dentro do Espectro possuem hábitos alimentares restritos e resistência à introdução de novos alimentos. Mesmo diante dessas limitações, enfatiza a especialista, é importante estimular o consumo da maior variedade de alimentos possível, visando evitar deficiências nutricionais, como a carência de vitaminas e minerais essenciais para o desenvolvimento saudável. “É desafiador, mas a nutrição especializada é uma aliada indispensável para garantir que cada criança portadora de TEA alcance seu pleno potencial de saúde e bem-estar”, pontuou.

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