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  • seg. nov 25th, 2024
Mercado de trabalho para PCDs ainda é escasso e desigual

#PRATODOSVEREM: Foto colorida. Na parte superior e a esquerda a imagem de uma mãos e com os dedos segura uma CARTEIRA DE TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL, com fundo azul e no centro a imagem de um cadeirante. FIM DA DESCRIÇÃO

É cada dia mais corriqueiro o discurso das empresas de que possuem uma preocupação real com a inclusão e a diversidade em suas equipes. No entanto, o discurso não está efetivamente alinhado à realidade. Essa é a constatação da pesquisa People at Work 2022: A Global Workforce View. O levantamento, realizado globalmente, analisa as atitudes dos funcionários em relação ao mundo corporativo atual e o que eles esperam do local de trabalho no futuro.

De acordo com o estudo, a proporção de trabalhadores que entende que pessoas com deficiências estão igualmente representadas no seu ambiente profissional é de apenas 37%. “O percentual mostra que ainda temos um longo caminho pela frente quando falamos sobre igualdade no trabalho. As empresas já entenderam que se trata de um valor importante, que traz visões diferentes e um crescimento cultural igualmente relevante. Elas somente não sabem ainda como colocar isso em prática”, alerta Mariane Guerra, vice-presidente de RH para a América Latina da ADP.

Dados do governo federal atestam essa disparidade. Segundo o Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil, entidade ligada ao Ministério do Trabalho, havia, em 2019 (últimos dados disponíveis), 701.424 vagas reservadas para PCDs. No entanto, apenas 53,02% do total (371.913) estão ocupadas, pouco mais da metade.

Vale lembrar que a Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (nº 8.213/1991) estabelece que percentuais de 2% a 5% das vagas nas empresas – públicas ou privadas – devem ser destinados à contratação de PCDs.

“A Lei de Cotas foi um passo importante na consolidação dos direitos desse público. No entanto, o próprio levantamento oficial demonstra que as empresas precisam de outros tipos de incentivo para atender a tais regulações. Uma delas, sem sombra de dúvida, é a criação de uma política de capacitação direcionada exclusivamente para os PCDs. As vagas existem e as empresas pagam multas por não preenchê-las. No entanto, faltam profissionais aptos a ocupar esse espaço”, avalia a executiva.

Segundo a instituição de caridade ADD International, 15% da população é constituída por pessoas com deficiências. Em números absolutos, são cerca de 1 bilhão de indivíduos em todo o mundo. “Se pensarmos exclusivamente no Brasil, estamos falando de um número próximo a 32 milhões de cidadãos. Não se pode virar as costas para essas pessoas, sob pena de desperdiçarmos um volume sem precedentes de talentos”, alerta a vice-presidente de RH para a América Latina da ADP.

O estudo People at Work 2022: A Global Workforce View foi conduzido pelo ADP Research Institute e explora as atitudes dos colaboradores em relação ao mundo corporativo e o que esperam do local de trabalho no futuro. Foram entrevistados 32.924 trabalhadores em novembro de 2021, em 17 países: na América Latina (Argentina, Brasil e Chile), Europa (França, Alemanha, Itália, Holanda, Polônia, Espanha, Suíça e Reino Unido), Ásia-Pacífico (Austrália, China, Índia e Cingapura) e América do Norte (Estados Unidos e Canadá).

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